Alter do Chão em chamas: incêndio queima reserva florestal no Pará

Vídeo foi compartilhado por ativista ambiental e DJ internacional. (Reprodução/Caetano Scannavino, via Instagram)
Thais Matos – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – Um incêndio de grande proporção começou a atingir parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão, na região do Eixo Forte, em Santarém, Oeste do Pará, nessa sexta-feira, 3. O vídeo da queimada viralizou nas redes sociais neste sábado, 4, após ser compartilhado pelo DJ Alok e pelo ativista Caetano Scannavino.

A APA Alter do Chão é uma das áreas de preservação mais importantes da região, abrangendo uma extensão de 16.180 hectares, que inclui o Distrito de Alter do Chão. Esta unidade de conservação foi estabelecida como a primeira do município, através da Lei Municipal nº 17.771, datada em 2 de julho de 2003.

Na publicação do ativista, Scannavino cita que não é a primeira vez que ocorre um incêndio desta magnitude na reserva preservação florestal. O fogo é causado para loteamento de terras, segundo ele, que também é coordenador do Projeto Saude e Alegria.

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De novo, fogo na APA Alter do Chão (região do Eixo Forte). Lamentável, também porque sempre falamos que iria se repetir, já que os verdadeiros incendiários da região seguem impunes, queimando para lotear terras e rindo do caso dos brigadistas. Triste…“, lamenta.

Já na publicação do DJ Alok, o artista pediu socorro pela Amazônia e mostrou, em uma foto, como Manaus, capital do Amazonas, amanheceu coberta por fumaça neste sábado, 4. De acordo com o aplicativo Selva, às 10h49, a qualidade do ar na cidade era considerado entre “muito ruim” e “péssima”. “Manaus amanheceu assim, hoje“, afirmou o DJ.

Fumaça cobre Manaus na manhã deste sábado, 4. (Reprodução/DJ Alok)
Fumaça oriunda do Pará

Incêndio dessa magnitude têm consequência não só para o Estado vizinho, como explicou o Governo do Amazonas nessa sexta-feira, 3. Baseado em imagens dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o governo estadual informou que os incêndios florestais no Pará tem contribuído para que a qualidade do ar em Manaus, capital do Estado, fique comprometida desde o final de outubro.

Baseado em dados do Inpe, de 26 de outubro até essa sexta-feira, o governo informou que foram registrados 5.305 focos de incêndio no Pará e, em menor intensidade, na Região Metropolitana de Manaus (RMM), onde, no mesmo período, foram registrados 149 focos. Na sexta, apenas 9 focos foram notificados pelo Inpe na RMM. Na mesma data, 71 focos foram identificados no Estado vizinho.

A capital amazonense tem amanhecido com uma nuvem de fumaça densa que torna a qualidade do ar “péssima” para respirar, segundo o sistema Selva, desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Por meio das redes sociais, o governador explicou que a fumaça está vindo do Estado vizinho, que começa a sofrer os efeitos da estiagem.

Essa fumaça está vindo do Estado vizinho, do Estado do Pará, que nesse momento mesmo começa a sofrer os efeitos da estiagem, uma seca histórica, em que a gente tem esse problema de desmatamento, e de queimadas, e também a questão da ajuda humanitária que precisa chegar naquelas pessoas que tanto precisam“, afirmou o governador, em vídeo.

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