Segundo dia consecutivo de bombardeios aéreos na Faixa de Gaza faz moradores sentirem medo e desespero

Pessoas correm para se proteger durante o bombardeio aéreo israelense na cidade de Gaza (Ana Baba/AFP)
Com informações do Infoglobo

ISRAEL (IL) – Ruas vazias e cortinas fechadas. Enquanto a Jihad Islâmica e Israel se enfrentam pelo segundo dia consecutivo, Gaza se assemelha a uma cidade fantasma e os moradores do território palestino devastado pela guerra sentem como se estivessem revivendo as mesmas cenas repetidamente. Essa é a pior escalada de violência desde um conflito de 11 dias, em maio do ano passado, que deixou 260 mortos no lado palestino, incluindo combatentes, e 14 mortos em Israel, incluindo um soldado. Israel e grupos armados em Gaza já travaram quatro guerras desde 2007.

Como toda semana, na sexta-feira – um dia de descanso semanal – a avenida principal de Gaza, um dos poucos lugares para respirar ar fresco, estava lotada de pessoas. Menos de 24 horas depois, esta longa avenida que percorre a costa do Mediterrâneo está deserta. Os cafés estão fechados e os vendedores ambulantes ficaram em casa.

Nem uma alma é vista no centro da cidade também. Os únicos moradores que se aventuram fora de suas casas o fazem para avaliar os danos causados ​​pelo bombardeio.

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“Vivemos em paz e, de repente, na tarde de sexta-feira começaram os bombardeios”, disse Mohamed Hamami, 40, surpreso com a agressão israelense em Gaza, território de 2,3 milhões de habitantes submetidos a um estrito bloqueio israelense desde 2007.

O exército israelense diz que está realizando uma operação “preventiva” em Gaza. Ele ressalta que seu alvo é a Jihad Islâmica, o segundo maior grupo armado do território, depois do Hamas no poder. Quinze combatentes foram mortos, segundo Israel. Segundo as autoridades locais, 12 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas.

Entre as vítimas está Alaa Kaddoum, uma menina de 5 anos, que foi morta em um bombardeio do bairro residencial onde morava, em Gaza, com sua família.

“Basta! Vivemos com medo da ocupação israelense. Todo mês ou todo ano há uma guerra”, diz Hamami.

“Esta última subida nos lembra episódios de medo, angústia, sensação de estarmos sozinhos”, explica Dounia Alamal Ismail, que mora no Centro e não dormiu por causa do barulho incessante das explosões. “Espero que essa escalada não se transforme em um grande confronto e que a mediação egípcia restaure a calma”, acrescenta.

O Egito, um mediador histórico entre Israel e grupos armados em Gaza, busca intervir no conflito, segundo informações de autoridades egípcias. Mas os habitantes ainda têm medo. Em Jabalia, no norte de Gaza, Fouad Farajallah examina sua casa. Ele conta que sua sala de estar está cheia de escombros:

“Estava sentado no sofá com minha esposa e filhos quando de repente tudo desmoronou. Minha esposa quebrou a mão e meu filho foi atingido por estilhaços”.

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