Sindicombustíveis culpa ‘livre mercado’ por aumento em R$ 1 da gasolina no Amazonas


09 de janeiro de 2024
Sindicombustíveis culpa ‘livre mercado’ por aumento em R$ 1 da gasolina no Amazonas
Tabela de preços de postos de combustíveis (Reprodução)
Ricardo Chaves – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O Sindicato dos Postos de Gasolina do Amazonas (Sindicombustíveis-AM) justificou nesta terça-feira, 9, que a oscilação do preço da gasolina comum na capital amazonense ocorre por conta do livre mercado e da estrutura de custos de cada posto.

A nota encaminhada à REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA explica, ainda, que a oscilação para baixo, em cerca de R$ 0,60 do derivado do petróleo, iniciada na últimas semanas de dezembro, ocorreu por estratégia dos postos para atrair os consumidores no período de férias. Em um intervalo de duas semanas, o preço da gasolina comum subiu de R$ 5,65 para R$ 6,49. Um aumento de quase R$ 1.

“Nos períodos de recesso, férias escolares e públicas é normal que haja promoções que diminuam os preços para atrair o consumidor, com o retorno das atividades é de se esperar um retorno nos valores praticados”, alegou o sindicato.

O aumento foi feito mesmo sem a Refinaria da Amazônia (Ream), administrada pelo grupo Atem, aumentar o litro da gasolina refinada. Na última semana de dezembro e nesta primeira semana de janeiro, a refinaria manteve o preço do refino em R$ 3,06.

Diferente da Petrobras, a Ream tem política de preço própria. Ela segue o Preço de Paridade Internacional (PPI) que repassa a oscilação do barril do petróleo, no mercado internacional, ao consumidor. Segundo o Sindicombustíveis-AM, a subida do preço é uma readequação no valor que já vinha sendo praticado.

“Cabe a cada CNPJ permanecer com descontos ou não, uma vez que o mercado é livre. O que podemos observar é uma readequação no valor que já vinha sendo praticado há algumas semanas”, avalia a nota.

No dia 3 de janeiro, a CENARIUM mostrou que mesmo em meio à redução do preço da gasolina, as distribuidoras no Amazonas têm a maior parcela de lucro registrada pelo painel de preços da Petrobras entre 16 Estados pesquisados.

Naquela semana, os postos adicionavam R$ 1,99 ao preço final da gasolina. Nesta semana, a parcela diminuiu para R$ 1,44. Mesmo com a queda do lucro, o Amazonas ainda é o Estado em que as distribuidoras mais lucram.

Economia popular

Após a queda do preço no início do ano, os amazonenses têm reclamado do valor da gasolina que, em alguns locais, chega próximo dos R$ 7 nesta semana.

“Senti um aumento de até R$ 0,80. Na semana passada, cheguei a pagar R$ 5,40 no litro em um posto da Zona Norte, nesta semana, paguei R$ 6,40 no mesmo posto”, disse o professor de educação física Carlos Guimarães.

Em outro ponto da cidade, a situação não foi diferente para a servidora pública Brenda Caldas que, ao abastecer em posto de gasolina no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, sentiu a mudança no bolso. “Até início da semana passada, ainda abasteci por R$ 5,65. Agora, está mais de R$ 6, beirando os R$ 7″, contou.

A servidora Brenda Caldas (Reprodução/Aquivo Pessoal)

O aumento em R$ 1 despertou a reação do Procon Amazonas. O órgão diz que após inúmeros estabelecimentos aplicarem um significativo aumento no preço da gasolina, elevando-o de R$ 5,59 para R$ 6,49, mobilizou as equipes para intensificar a fiscalização.

O diretor-presidente do Procon-AM, Jalil Fraxe, e membro do órgão regulador durante fiscalização em posto de combustíveis de Manaus (Divulgação/Procon-AM)
Leia mais: Privatização de refinaria em Manaus por grupo Atem elevou gasolina em 66% na Região Norte
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga

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