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Apesar da queda da gasolina, Amazonas ainda é o Estado em que distribuidoras mais lucram
Tabela de preço de posto de combustíveis da Zona Sul de Manaus (Jefferson Ramos/Revista Cenarium Amazônia)
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03 de janeiro de 2024
Jefferson Ramos – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – Nas últimas semanas de dezembro, o preço da gasolina comum teve variações entre R$ 5,69 e R$ 5,99 em diversos postos de Manaus. Anteriormente, o preço era de R$ 6,29. Com isso, o preço do combustível ao consumidor teve uma queda de R$ 0,60.
Esse é o menor patamar do insumo registrado no ano passado. Mesmo adotando a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), que repassa todas as oscilações do barril do petróleo ao consumidor, a Refinaria da Amazônia (Ream), administrada pelo grupo Atem, vem reduzindo o preço da gasolina refinada.
Os dados consideram o período de 17 a 23 de dezembro. Nesse período, o preço do refino feito pela Ream oscilou para cima, de R$ 3,01 a R$ 3,06. O valor do refino representa 47% da composição da gasolina. A parcela da revenda e distribuição representa outros 33%.
Margem
O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindepetro-AM), Marcus Ribeiro, afirmou que as oscilações para baixo, da gasolina, ocorreram por conta da queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional, barateamento do dólar, além da queda do preço dos combustíveis aplicado pela Petrobras.
“Isso contribui para a queda do preço do combustível aqui no Estado. Agora, não sabemos se vai se manter. Pode ser que já em fevereiro o preço do barril venha aumentar, trazendo como consequência um novo reajuste. A Petrobras vem reduzindo o preço desde o ano passado e acredita-se que a Ream venha seguindo essa mesma linha”, analisou.
Marcus Ribeiro critica a demora das distribuidoras em repassar as reduções feitas pela Ream. Para ele, esse atraso se dá por causa de uma estratégia de mercado em que as distribuidoras seguram as reduções para “saber se os preços iam se manter”.
“As distribuidoras e donos dos postos sempre vão trabalhar para manter uma margem de lucro fixa. Acredito que mesmo a gasolina aumentando ou reduzindo, a margem de lucro, tanto da distribuidora quanto do posto, não é afetada, porque todo o custo que eles têm é embutido no preço”, explicou o petroleiro.
Hoje, atuam no processo de revenda e distribuição Ipiranga, Equador e Raízen, na bandeira da Shell, e o próprio grupo Atem, que também possui postos de combustíveis. A gasolina refinada é entregue às distribuidoras por R$ 3,09. Ao chegar na distribuição, a gasolina passa a custar R$ 5,08 por conta da adição da margem de lucro.
Nesse cálculo ainda é adicionado R$ 3,99 de impostos federais (R$ 0,69) e (R$ 1,22) do ICMS estadual; e R$ 0,68 da adição do etanol.
Privatizada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, a Refinaria Isaac Sabá (Reman) – que comercializava o processo inicial de combustível no Estado – foi transferida para a Atem Distribuidora, do grupo empresarial homônimo, e passou a ser chamada de Refinaria da Amazônia (Ream).
O grupo Atem pagou US$ 257,2 milhões (equivalente a R$ 1,3 bilhão na conversão atual) pela refinaria no Amazonas, que alimenta toda a Região Norte, além de uma parte do Tocantins.
Questionamentos
Procurado pela reportagem, o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Amazonas (Sindicombustíveis-AM) ainda não respondeu aos questionamentos da reportagem. Uma mensagem eletrônica, encaminhada por um aplicativo de mensagens, informou que a entidade está de recesso, com previsão de retorno nesta quarta-feira, 3. Leia abaixo as perguntas feitas ao sindicato.
1 – Qual o fator que torna a revenda e a distribuição mais caras no Amazonas do que nos outros 16 Estados pesquisados pela Petrobras?
2 – As recentes quedas no valor da gasolina refletem uma redução na parcela da distribuição e revenda?
3- Atualmente, quanto é a parcela da distribuição e revenda? Está abaixo do referenciado pela Petrobras?
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