Sob pressão, prefeito de Manaus cancela Réveillon de R$ 10 milhões em meio à pandemia
04 de dezembro de 2021
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe (à esq.), o prefeito David Almeida (no centro) e o gerente da Visa Manaus, Ricardo Calixto (Reprodução/ Instagram)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – Após ser pressionado pela oposição na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e em meio à ameaça de um novo surto de Covid-19, impulsionado pelo surgimento da variante Ômicron, vinda do continente africano, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), cancelou a festa milionária de Réveillon em Manaus. O anúncio foi feito neste sábado, 4, nas redes sociais do prefeito. A festa custaria R$ 10 milhões aos cofres públicos.
“Valeu a Luta! Exatos 30 dias lutando praticamente sozinho como pessoa pública contra isso! Parabéns aos manauaras que não desistiram de cobrar”, comemorou o vereador Rodrigo Guedes (PSC), por meio das redes sociais.
Publicação de Rodrigo Guedes. (Reprodução)
“Olá, meus amigos, estou com a doutora Shádia e doutor Djalma, que são responsáveis pela Saúde da Prefeitura de Manaus e conversando com eles em matéria de pandemia, quem fala mais alto, é a ciência e, em matéria de saúde, ouça seu médico. Cautela e prudência são os nossos maiores aliados neste momento. Estou anunciando neste momento, recebendo os conselhos da minha equipe de saúde, o cancelamento do Réveillon na Ponta Negra neste final de ano, bem como o Réveillon Gospel”, disse David Almeida.
Ainda neste sábado, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também, por meio das redes sociais, cancelou a celebração na capital carioca. “Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então, não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do Réveillon do Rio”, disse Paes.
No Amazonas, a prefeitura do município de Manacapuru (a 70 quilômetros de Manaus) também decidiu cancelar a festa de Réveillon. De acordo com nota divulgada pela prefeitura, a decisão foi tomada após uma reunião da equipe da secretaria de Saúde municipal.
O alto risco da disseminação da variante do novo coronavírus, conhecida como Ômicron, colocou várias cidades brasileiras em alerta. Até este sábado, mas de 20 já haviam cancelado as celebrações, mas o prefeito de Manaus havia informado que só daria uma resposta definitiva entre os dias 10 e 12 de dezembro.
A Prefeitura de Manaus anunciou que a festa de Réveillon iria ter como atração nacional o cantor Luan Santana e os artistas do segmento gospel Fernandinho e Leonardo Gonçalves. Apenas o cantor sertanejo custaria R$ 600 mil aos cofres da prefeitura, de um montante de R$ 10 milhões que está sendo gasto com as atrações das festas comemorativas de fim de ano. O vereador Rodrigo Guedes chegou a denunciar os valores contra a festa.
“Após sofrer críticas na Câmara Municipal de Manaus pelo vereador, ora autor popular, e questionamentos por parte da imprensa, a prefeitura anunciou que o artista receberia algo em torno de R$ 600 mil dos R$ 10 milhões posteriormente anunciados para a festa da virada do dia 31 de dezembro, apesar de os gastos não constar no Portal da Transparência da prefeitura”, pontuou o vereador em Ação Popular ajuizada na segunda-feira, 29.
600 mil de cachê pra Luan Santana, 10 milhões serão gastos no Reveillon. Passa o ano inteiro dizendo que não tem recurso. Aumenta a taxa de iluminação pública (votei contra) p aumentar a arrecadação. Cidade abandonada! Gestão totalmente desconectada das necessidades da população! pic.twitter.com/tWOzpEqLNf
A cepa B.1.1.529 foi identificada neste mês em Botsuana, País vizinho à África do Sul. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante pode ser responsável pela maior parte dos novos registros de infecção pelo novo coronavírus em províncias sul-africanas. Evidências preliminares sugerem que a Ômicron tem potencial de ser mais transmissível e ter maior escape imune em relação a variantes anteriores.
Além de Manaus e Rio de Janeiro, na última quinta-feira, 2, a vigilância sanitária da capital paulista fez um estudo dos riscos de infecções por Covid-19 mediante aglomerações que as festas causariam. A orientação da vigilância foi no sentido do cancelamento da festa do dia 31 de dezembro.
Além disso, o prefeito Ricardo Nunes decidiu manter a obrigatoriedade no uso de máscaras em lugares públicos. O uso seria abolido no próximo dia 11. O prefeito explicou que a suspensão do Réveillon é necessária para que se faça o monitoramento.
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