‘Tem um careca lá que é bom’, diz Bolsonaro ao ser questionado se apoiaria candidato a prefeito de Manaus

Bolsonaro reavaliou estratégia de se manter afastado das disputas municipais deste ano e embora não tenha revelado nomes, disse que tem candidato em três cidades do País (Reprodução/ Internet)

Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira, 24, que, apesar de ter assumido compromisso de não se envolver nas eleições municipais, pode mudar de ideia para influenciar nas disputas em São Paulo, Santos, em SP e Manaus, no AM.

Segundo a Folha de S. Paulo, na última terça-feira, 22, ao falar com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro mencionou o nome de um candidato a pessoas que se identificaram como oriundas de Manaus.

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“Tem algum candidato a prefeito bom em Manaus?”, pergunta.
O casal indagado responde que não, e Bolsonaro insiste.

“Tem um careca lá que eu acho que é bom, não tem não? Tem um careca não?”, o presidente segue. “Tem o Alfredo Menezes, né não? Coronel do Exército”, diz Bolsonaro. “Tem um candidato que foi chefe da Suframa”, insiste, diante dos apoiadores que insistem não conhecer o candidato.

Coronel Menezes, ex-superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é candidato pelo Patriota e padrinho de casamento de Bolsonaro.

Coronel Alfredo Menezes ao lado do presidente Bolsonaro (Divulgação)

Mais apoio

Na tentativa de aumentar a chance de uma reeleição em 2022, Bolsonaro reavaliou estratégia de se manter afastado das disputas municipais deste ano.

“Eu assumi este compromisso: não entrar em eleições municipais. Se bem que a gente pode mudar de ideia também. Se chegar um ponto tal e eu achar que posso influenciar nas eleições nestas três cidades, eu vou manifestar porque acho que este candidato nosso, em chegando, tem tudo para fazer um bom mandato para o bem de São Paulo, de Santos ou de Manaus”, disse Bolsonaro em sua live semanal, desta vez transmitida de São Paulo, onde o presidente está para se submeter a uma cirurgia nesta sexta-feira, 25.

Bolsonaro afirmou que, se votasse nestas cidades, saberia em quem votar, mas não quis falar em nomes.

“Eu tenho um candidato em São Paulo, mas não vou falar o nome dele. Tenho um candidato em Santos também, não vou falar o nome dele. E também tenho um candidato em Manaus, não vou falar o nome dele.”
Nos últimos dias, porém, o presidente fez sinalizações públicas a nomes destas cidades.

No sábado, 19, Bolsonaro compartilhou vídeo Celso Russomanno (Republicanos) em que o candidato fala sobre a polêmica do preço do arroz em defesa do presidente.

Russomanno lidera a primeira pesquisa do Datafolha para a eleição com 29% das intenções de voto. Atrás dele vem o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), com 20%, quase o mesmo índice daqueles que dizem que vão votar em branco ou nulo (17%). Em terceiro lugar empatam Guilherme Boulos (PSOL, 9%) e o ex-governador paulista Márcio França (PSB, 8%). Não sabem responder 4%.

O Datafolha ouviu presencialmente 1.092 eleitores nos dias 21 e 22 de setembro. A margem de erro da pesquisa, que foi registrada no TRE-SP com o número SP-06594/ 2020, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Ainda na terça, 22, Bolsonaro teria recebido no Palácio do Planalto o desembargador Ivan Sartori (PSD), candidato em Santos. Ele foi responsável por anular a condenação de 74 policiais no massacre do Carandiru.
A visita não consta da agenda oficial de Bolsonaro, mas Sartori publicou uma foto ao lado de Bolsonaro.

“Terça agradável em conversa com nosso presidente no Planalto, inclusive sobre nossa Santos e o porto. Obrigado pela receptividade, presidente”, escreveu Sartori na rede social.

Na live desta quinta-feira, Bolsonaro também falou da ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que trata do impulsionamento de notícias falsas por meio de redes sociais, caso revelado por reportagens do jornal Folha de S. Paulo em 2018, durante as eleições.

“Lamentavelmente tem processo no TSE. O TSE está para julgar esse processo. Tenho certeza absoluta de que será arquivado esse processo, até por uma questão de justiça. Não teremos uma votação política, eu tenho certeza, junto ao TSE. E todo mundo está atento ao que acontece”, disse Bolsonaro.

(*) Com informações da Folhapress

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