Terceira via enfraquecida: União Brasil sai e demais partidos já admitem caminhos separados

Luciano Bivar lança candidatura pelo União Brasil (Reprodução)
Com informações de O Globo

BRASÍLIA – Partido com maior poderio econômico da chamada terceira via, o União Brasil formalizou nesta quarta-feira, 5, a pré-candidatura do deputado Luciano Bivar (PE) à Presidência da República, quebrando o compromisso firmado pelas siglas do grupo de construir um nome de consenso para concorrer ao Palácio do Planalto e anunciá-lo até o próximo dia 18. O recuo da legenda evidencia o enfraquecimento da aliança que vinha sendo construída em conjunto com o MDB, PSDB e Cidadania, que também começam a tratar do futuro de forma individualizada.

Em vídeo divulgado nesta quarta-feira à noite, Bivar atribuiu à suposta falta de unidade das demais siglas a razão principal para entrar na disputa.

“Esperamos até o último momento para ver se faríamos uma coligação com outros partidos. Entretanto, outros partidos não tiveram a mesma unidade que tem o União Brasil. Então, não restou a nós uma única alternativa a não ser sair em uma chapa pura”, disse.

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Apesar dos movimentos de distanciamento, não está descartado que, com o avanço da campanha e o aumento da polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os partidos de centro voltem a se reunir em algum momento na busca por um caminho único. No momento, tanto o PSDB quanto o MDB também vêm discutindo internamente formas de manter seus candidatos no páreo.

No mês passado, Bivar já havia anunciado que não participaria mais dos encontros da terceira via, após ser anunciado como pré-candidato. Na última reunião, há uma semana, ele foi representado pelo vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e pelo líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA).

A ausência de Bivar reforçou o afastamento do União Brasil. Na avaliação de integrantes da legenda, ficou claro que as três principais siglas não ‘abririam mão’ de seus respectivos candidatos como cabeça de chapa. O PSDB segue com o projeto encabeçado pelo ex-governador de São Paulo João Doria e o MDB com a senadora Simone Tebet.

Agora, mesmo integrantes do MDB e PSDB já descartam em caráter reservado a possibilidade de formalizar um acordo no curto prazo. Ontem, o MDB chegou a divulgar uma nota oficial para deixar claro que a sigla “não marcou reunião com outros partidos, nesta semana”.

Em busca de uma candidatura única, partidos de terceira via buscam convencer Doria a aceitar concorrer como vice na chapa de Simone Tebet Foto: Arte / Agência O Globo
Em busca de uma candidatura única, partidos de terceira via buscam convencer Doria a aceitar concorrer como vice na chapa de Simone Tebet (Foto: Arte/Agência O Globo)

Definição de critérios

Na semana passada, porém, o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), disse que haveria novo encontro, esta semana, para definir os critérios de escolha do candidato único.

Para integrantes do MDB e do PSDB, a decisão do União em lançar Bivar é uma estratégia para manter um nome neutro na corrida e, com isso, deixar a porta aberta para que os integrantes da sigla possam apoiar quem quiserem, seja Lula ou Bolsonaro.

Paralelamente, o MDB reuniu a Executiva Nacional, ontem, em Brasília, para debater os próximos passos da pré-candidatura de Simone Tebet. Segundo o deputado Alceu Moreira (RS), um dos entusiastas do nome da colega, foram analisadas pesquisas qualitativas de intenção de voto e ficou constatado que Simone, que ainda tem dificuldade em decolar, tem espaço para crescer na disputa.

Já o pré-candidato do PSDB, o ex-governador João Doria, esteve em Brasília para tentar convencer os tucanos a apoiá-lo na candidatura própria. De acordo com um integrante da bancada, entretanto, há forte resistência a essa possibilidade. O resultado das próximas pesquisas, na visão dele, será crucial para garantir que Doria permaneça na disputa. Na visão de parte da bancada, o ex-governador de São Paulo precisa atingir pelo menos 7% das intenções de voto.

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