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Terceiro dia de buscas por indigenista e jornalista continuam no AM; seis pessoas já foram ouvidas pela polícia
O indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal 'The Guardian' (Arte: Isabele Chaves/CENARIUM)
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08 de junho de 2022
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Na tarde desta quarta-feira, 8, líderes das Forças de Segurança do Amazonas divulgaram levantamento da operação de buscas pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, desaparecidos desde o último domingo, 5.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Mansur, seis pessoas já foram ouvidas, sendo uma delas suspeita de envolvimento com o sumiço e as outras cinco como testemunhas.
“Esse suspeito, por enquanto, está em investigação, não fizemos a ligação dele com o desaparecimento, porém, durante as abordagens na comunidade São Rafael, encontramos essa pessoa que portava uma arma de uso restrito e chumbinho, além de uma porção de drogas”, destacou o secretário, que confirmou, ainda, que o homem está na delegacia de Atalaia do Norte prestando depoimentos.
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Estiveram na coletiva, o superintendente Regional da Polícia Federal, Eduardo Alexandre Fontes; secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Mansur; o chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar da Amazônia, general Claudio Plácido; o comandante do 9° Distrito Naval da Marinha, almirante Ralph Dias; o subcomandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Algenor Filho e o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Alessandro Albino.
Imagens aéreas das buscas pelo indigenista e pelo jornalista feitas pela Polícia Federal do AM (Divulgação)
O superintendente da Polícia Federal, Eduardo Fontes, não descarta nenhuma linha de investigação. “Nós temos um inquérito policial instaurado para investigar a organização criminosa, ou organizações criminosas, que atuam nessa região dedicada ao tráfico de drogas e esses crimes transfronteiriços e paralelo a isso, nós vamos apurar eventual homicídio caso tenha ocorrido”.
A polícia afirmou, ainda, que já apreendeu objetos que possuem ligação com o desaparecimento, mas não passaram mais detalhes. “É tudo, ainda, suspeita. Nosso trabalho forte ainda está nas buscas, pois, temos esperanças de encontrá-los vivos’, afirmou o general Mansur.
Segundo o superintendente, as forças de segurança ainda não receberam documento da Justiça que pede emprego de mais homens na operação, mas que, atualmente, possuem 250 homens envolvidos, além de aeronaves, embarcações, viaturas e drones. “Nós não descartamos nenhuma linha investigativa, estamos com duas vertentes, que é a busca de desaparecidos de um lado e a prática de um crime de outro lado”, encerrou Fontes.
Ameaças
Na noite de terça-feira, 7, o assessor jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Yura Marubo, afirmou que não houve celeridade das forças de segurança nas buscas, após a organização comunicar sobre o desaparecimento e sobre as ameaças sofridas por Bruno. Durante a coletiva realizada ontem, o assessor também falou que não conseguiram montar um comitê, pois, não receberam apoio e nem a presença da polícia.
Entretanto, o superintendente da Polícia Federal rebateu as afirmações e afirmou que o órgão não foi informado da reunião e ficou sabendo pela imprensa. “Se ele quer passar informações sobre os suspeitos, basta ele ir até a delegacia federal e narrar quem são os suspeitos”, disse o delegado que também informou que os representantes da Univaja foram intimados para depor na PF.
O secretário de segurança também afirmou que a secretaria não foi chamada para participar da reunião. “Estamos abertos na delegacia para atender as ocorrências”, disse.
Sobre as ameaças sofridas por Bruno, o superintendente informou que elas “precisam de manifestação da vítima, dizendo que ela deseja que o suspeito seja investigado, senão nós não podemos agir. A gente tem essa informação, mas algumas diligências ainda precisam ser realizadas”, declarou.
Entretanto, de acordo com Marubo, na tarde desta quarta-feira, 8, a Polícia Federal e a Polícia Militar do Amazonas estiveram no gabinete da Univaja, em Atalaia do Norte, juntamente com a Polícia Civil, para tratar sobre a colaboração nas buscas pelos desaparecidos.
“A Polícia Federal nos informou que está colhendo depoimentos e fazendo diligências não só na área onde eles desapareceram, mas também na cidade de Atalaia do Norte. A PM tem participado, ativamente, desde o início da nossa atividade”, disse Yura Marubo.
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