‘Totalmente equivocada’, diz Sindipetro-AM sobre aprovação do Cade para venda de refinaria em Manaus
30 de agosto de 2022
O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Amazonas, Marcus Ribeiro, em Audiência Pública sobre venda da refinaria Isaac Sabbá (Reman) (Billy Boss/Câmara dos Deputados)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
BRASÍLIA – O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), Marcus Ribeiro, considera que a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de aprovar a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, está equivocada e afirmou que a organização vai recorrer para “embarreirar” o processo.
Ribeiro lembrou da importância da refinaria para o Amazonas e Região Norte, levando em conta que a Reman é a única localizada na região. “Queremos reforçar, aqui, que na visão da nossa entidade, do Sindpetro Amazonas, a decisão por parte do Cade foi, totalmente, equivocada porque nós sabemos da importância da nossa refinaria para o povo amazonense e para o povo da Região Norte. Nós sabemos que, caso seja concretizada a venda da Refinaria de Manaus, quem irá sofrer com esse impacto é a nossa população”, disse Ribeiro.
O representante afirmou que o processo de venda ainda não foi concluído e, se depender do sindicato, não será. “Por isso, meus companheiros e companheiras, com bastante tranquilidade, quero reforçar o que a gente sempre vem falando. O nosso sindicato não irá medir esforços para poder embarreirar o processo de venda da nossa refinaria. A refinaria ainda não foi vendida e se depender da nossa atuação, não irá ser vendida”, disse Marcus Ribeiro.
Veja a declaração:
Marcus Ribeiro afirma que decisão do Cade é “totalmente equivocada” (Reprodução/Instagram)
Preocupação
A venda foi fechada em agosto do ano passado por um valor de US$ 189,5 milhões, considerado abaixo do mercado por especialistas. Em maio deste ano, o Cade aprovou, sem restrições, a aquisição da Reman, que pertence à Petrobras, pela Ream Participações, do Grupo Atem. Porém, depois da aprovação, a relatora Lenisa Prado pediu que o colegiado reanalisasse o processo da venda.
Desde que chegou ao conselho, a análise da venda foi adiada duas vezes. Para aprovação, a condição imposta é que o Grupo Atem preste serviços de movimentação de gasolina e diesel, no terminal, em Manaus, a qualquer empresa que tenha interesse. A preocupação era que a empresa compradora monopolizasse o acesso de terceiro, pois, quatro dos cinco píeres no entorno da refinaria estarão sob controle do grupo depois da transação.
A refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus (Geraldo Kosinski/Petrobras)
“Sem o acesso portuário, portanto, não há como se refinar, distribuir ou comercializar combustível líquido na referida capital, uma vez que o custo do transporte terrestre é proibitivo, e considerando que não há oleoduto de transporte ligando a cidade a outras refinarias. Os terminais portuários são, portanto, estruturas essenciais para essa cadeia de produção”, afirmou o conselheiro Gustavo Augusto.
O anúncio da privatização da refinaria foi alvo de ações, críticas e manifestações de parlamentares, sindicalistas e de empresas do setor privado. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep) apontou que a Reman foi negociada com a Atem por 70% do seu valor: vendida por US$ 189 milhões, quando seu preço deveria ter sido, no mínimo, de US$ 279 milhões.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.