Vale é processada por regulador americano por falsas alegações sobre barragem

Barragem de Brumadinho: 270 pessoas morreram na tragédia Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP
Com informações do Infoglobo

NOVA YORK — O órgão regulador do mercado de capitais dos EUA acusou a Vale de enganar investidores e governos, ao divulgar informações falsas sobre padrões ambientais e de segurança sobre a barragem de Brumadinho, que rompeu em 2019, matando 270 pessoas. 

Leia também: Tragédia em Brumadinho completa mil dias sem responsabilização de culpados

A queixa foi apresentada em um tribunal federal no Brooklyn, por meio da qual a Securities and Exchange Commission (SEC) busca penalidades civis e recuperar ganhos ilícitos. O processo foi divulgado nesta quinta-feira.

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Barragem de Brumadinho: 270 pessoas morreram na tragédia Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP

De acordo com a instituição, para obter esses atestados, a Vale usou dados alterados para embasar as análises de segurança, intimidou auditores independentes e ignorou padrões internacionais de segurança que ela alegava seguir.

A mineradora, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York e no Brasil, disse falsamente a investidores que havia aderido às “mais rígidas práticas internacionais”, apesar de saber que a barragem de Brumadinho não atendia a tais práticas.

“Enquanto supostamente ocultava os riscos ambientais e econômicos representados por sua barragem, a Vale enganou os investidores e levantou mais de US$ 1 bilhão em nossos mercados de dívida enquanto seus títulos eram negociados ativamente na NYSE”, disse Melissa Hodgman, diretora associada da divisão de fiscalização da SEC, no comunicado.

A Vale não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

Segundo o regulador, além dos “imensuráveis danos ambientais e sociais” causados pelo colapso, o incidente ajudou a reduzir o valor de mercado da Vale em US$ 4 bilhões.

O processo contra a Vale é resultado da criação de uma força-tarefa na SEC criada na gestão de Joe Biden, que tem como foco divulgações sobre políticas e dados ESG, sigla em inglês para meio ambiente, questões sociais e governança.

O órgão regulador classificou Brumadinho como um dos maiores desastres da história. Além das centenas de mortes, foram liberados 12 milhões de metros cúbicos de lama, com terra, minério, alumínio e outros metais, poluindo rios em diferentes estados. 

Recentemente, em 14 de abril, a empresa disse em documento que o órgão de vigilância de Wall Street e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil estavam investigando as divulgações e comunicados da empresa e que, “até aquele momento, não era possível estimar a perda para a companha”.

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