Veja quais são os profissionais com os melhores e piores rendimentos salariais

Pessoas representando os vários tipos de profissões (Reprodução)
Da Revista Cenarium Amazônia*

RIO DE JANEIRO (RJ) – Médicos especialistas lideram o ranking das profissões mais bem pagas no Brasil, enquanto trabalhadores ligados à área de tecnologia chamam atenção pelo crescimento dos salários ao longo dos últimos anos.

É o que indica um levantamento da economista e pesquisadora Janaína Feijó, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A análise abrange profissionais com ensino superior distribuídos em 126 profissões no setor privado.

No segundo trimestre de 2023, o rendimento médio real do trabalho dos médicos especialistas foi estimado em R$ 18.475 no Brasil.

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Embora seja o maior valor entre as profissões analisadas, a renda dessa categoria recuou 13% em relação ao segundo trimestre de 2012, ano inicial da série histórica.

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Ilustração sobre dinheiro (Reprodução/Catarina Pignato)


Ranking de profissões com os maiores salários
Rendimento no 2º tri.2023Variação ante o 2º tri.2012
Médicos especialistasR$ 18.475-13%
Matemáticos, atuários e estatísticosR$ 16.56850%
Médicos geraisR$ 11.022-37%
Geólogos e geofísicosR$ 10.011-20%
Engenheiros mecânicosR$ 9.881-7%
Engenheiros não classificados anteriormenteR$ 9.451-11%
Desenvolvedores de programas e aplicativosR$ 9.21039%
Engenheiros industriais e de produçãoR$ 8.849-22%
EconomistasR$ 8.645-39%
Engenheiros eletricistasR$ 8.433-22%
Engenheiros de minas, metalúrgicos e afinsR$ 7.887-14%
Engenheiros civisR$ 7.538-41%
Desenhistas e administradores de bases de dadosR$ 7.30130%
Advogados e juristasR$ 7.2370%
Engenheiros químicosR$ 7.161-52%
Analistas de sistemasR$ 7.005-19%
Desenvolvedores de páginas de internet e multimídiaR$ 6.07591%
Ocupações com os menores salários
Rendimento no 2º tri.2023Variação ante o 2º tri.2012
Professores do ensino pré-escolarR$ 2.2853%
Outros profissionais de ensinoR$ 2.554-23%
Outros professores de artesR$ 2.629-45%
Físicos e astrônomosR$ 3.000-16%
Assistentes sociaisR$ 3.078-7%
Bibliotecários, documentaristas e afinsR$ 3.135-32%
Educadores para necessidades especiaisR$ 3.37914%
Profissionais de relações públicasR$ 3.426-23%
Fonoaudiólogos e logopedistasR$ 3.485-28%
Professores do ensino fundamentalR$ 3.5547%
Outros professores de músicaR$ 3.578-35%
Fonte: FGV Ibre, a partir de microdados da Pnad Contínua/IBGE

“Estamos falando de um período de mais de dez anos, em que o Brasil passou por duas crises, a recessão de 2014, 2015 e 2016 e o choque devido à pandemia. Essas oscilações têm rebatimento no mercado de trabalho, e algumas profissões registram queda no rendimento”, diz Feijó.

“A queda de 13% dos médicos especialistas até foi menor do que a de outras profissões. O fato de terem perdido menos pode ser porque os médicos continuam sendo muito demandados”, afirma.

Matemáticos, atuários e estatísticos (R$ 16.568), médicos gerais (R$ 11.022), geólogos e geofísicos (R$ 10.011) e engenheiros mecânicos (R$ 9.881) vieram na sequência dos cargos com as maiores remunerações no segundo trimestre de 2023.

Entre os matemáticos, atuários e estatísticos, a renda média cresceu 50% ante igual trimestre de 2012. Nos outros casos, houve redução dos ganhos: médicos gerais (-37%), geólogos e geofísicos (-20%) e engenheiros mecânicos (-7%).

O levantamento foi elaborado a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Renda de desenvolvedores salta 91%

Outro destaque da análise é o aumento na renda média entre os trabalhadores ligados às ciências da tecnologia. O rendimento dos desenvolvedores de páginas de internet e multimídia teve disparada de 91% no segundo trimestre de 2023, ante igual período de 2012. O valor chegou a R$ 6.075.

Também houve valorização entre desenvolvedores de programas e aplicativos (39%) e desenhistas e administradores de bases de dados (30%). A renda dessas categorias alcançou R$ 9.210 e R$ 7.301, respectivamente, no segundo trimestre de 2023.

Segundo Feijó, o aumento dos salários na área de tecnologia reflete a demanda aquecida pelos serviços prestados pelos profissionais, acelerada na pandemia, além da escassez de mão de obra.

“O mercado está demandando e, muitas vezes, não há quantitativo suficiente de trabalhadores. Como há escassez de mão de obra, o mercado paga mais”, afirma Feijó.

Educação tem os menores salários

O levantamento ainda mostra as profissões com os menores salários, considerando os trabalhadores com ensino superior no setor privado. Nesse caso, o destaque é a presença de profissionais da área de educação.

O menor rendimento foi registrado entre os professores do ensino pré-escolar: R$ 2.285. Na sequência, vieram outros profissionais de ensino (R$ 2.554) e outros professores de artes (R$ 2.629).

“É uma remuneração mais baixa. Isso mostra que, no setor privado, são profissões que tendem a ser mal pagas e podem ser desestimuladas”, diz Feijó.

Leia também: ‘Um atraso e uma tragédia’, diz sindicato dos jornalistas sobre projeto que sucateia profissões
(*) Com informações da Folhapress
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