Wilson Lima defende isolamento mais pesado e pede consenso para lockdown

O governador afirma que os modelos de campanha devem adotar uma temática mais pesada para dimensionar a gravidade da pandemia para a população. Foto: Secom

Carolina Givone e Nícolas Marreco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que ainda busca um consenso para a instauração de um lockdown em Manaus, conforme pedido impetrado pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na noite de terça-feira, 6.

A fala vai de encontro com o projeto de lei aprovado em sessão plenária desta quarta, 6, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) que aprova o funcionamento de templos religiosos durante a pandemia. O documento segue para sanção do Executivo e pode ser barrado, à vista de recursos.

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Pelo Twitter, Wilson diz que está em “contato permanente com a Prefeitura de Manaus, o Ministério Público e Secretaria de Segurança pra encontrarmos um consenso nessa questão do pedido de lockdown”. Caso decretado pelo Executivo, a intenção é que 70% de toda a movimentação usual da cidade seja encerrada.

Serviços essenciais, como supermercados e drogarias, irão continuar, porém com medidas mais restritivas sobre o distanciamento social. Em seu perfil no Twitter, Wilson defende um isolamento mais rigoroso. E faz ressalvas à população sobre a consciência das medidas de prevenção.

“Em princípio, defendo um isolamento mais rigoroso. Mas tudo depende da resposta social, das pessoas terem consciência da necessidade de isolamento. O quadro é grave e se não houver compressão dessa curva do Covid-19 em Manaus seguramente medidas mais rígidas serão adotadas”, comentou.

Mais cedo, em entrevista a uma TV local, Wilson reafirmou as informações cedidas no microblog. “Estou conversando com outros representantes do poder público que possuem a competência para garantir esse reforço no isolamento total. O que defendo que é uma remodelagem desse processo, que possamos aumentar a rigidez do isolamento social, mas mantenha funcionando por exemplo supermercados, farmácias e a indústria, que trabalha com a fabricação de insumos fundamentais para o combate à Covid-19”, comentou inicialmente.

“O Estado tem desenvolvido um trabalho educativo, de conscientização para que as pessoas se esclareçam sobre a necessidade e a importância do isolamento social. Começamos na segunda-feira a fazer um trabalho efetivo no centro comercial, fechando com barreiras físicas em algumas ruas e impedindo o acesso das pessoas”, ponderou o governador.

Wilson afirma que os modelos de campanha institucional sobre o novo Coronavírus devem adotar uma temática mais pesada para dimensionar a gravidade da pandemia para a população.

“Nossas campanhas serão mais ‘agressivas’ nos veículos de comunicação, para que as pessoas tenho consciência da gravidade da doença, da situação difícil que enfrentamos com o aumento significativo dos casos. Mesmo com o registro de óbito oficial preocupante, ainda existe um aumento tendenciado pela subnotificação de casos, alguns pela espera do resultado do exame”.

Sobre o número de casos no Estado, que atingiram a marca de 8 mil infectados, Lima diz que o número pode ser ainda maior, por conta da sub notificação e os sepultamentos sem confirmação da doença. “Temos uma fila muito grande de exames que precisam de resultados, essa demanda é enorme e a nossa capacidade ainda é pequena. Com todo esse quadro delicado, nós só podemos contar com a contribuição das pessoas para manter o isolamento social”.

Wilson ainda defende um abertura gradual cautelosa. “Nós encomendamos o estudo que mostrou que neste momento, estamos enfrentando o ápice da pandemia, com uma tendência de regressão do contágio em aproximadamente 10 dias. Levando em consideração o declínio da chuva, a diminuição dos casos atendimento e nenhuma decisão tomada sem que haja o conhecimento dos poderes constituídos”, finalizou.

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