Acampamento Terra Livre reúne indígenas de 43 etnias em Mato Grosso
Mulheres indígenas em ATL de Mato Grosso (Reprodução/Renan khisetje e Are Yudja)
Davi Vittorazzi – Da Revista Cenarium
CUIABÁ (MT) – Indígenas de 43 etnias de Mato Grosso realizam o Acampamento Terra Livre (ATL) na Praça Ulisses Guimarães, na capital Cuiabá, com uma programação que começou na terça-feira, 2, e segue até a sexta, 5. Em meio à área urbana, o evento visa discutir pautas indígenas e reivindicar direitos.
Esta é a segunda edição do ATL na capital mato-grossense, que leva o tema “Construindo nossas perspectivas territoriais e de direitos”. Segundo a Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), a expectativa é que o acampamento reúna mais de 400 indígenas de diferentes povos do Estado.
A primeira-secretária da Fepoimt, Darlene Taukane, destaca que o acampamento proporciona visibilidade aos indígenas e que, ao final do evento, vão construir um documento com reivindicações, que será levado para autoridades do governo e representações nacionais.
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“Esta é a segunda edição do evento. No ano passado, foi a primeira, deu a visibilidade aos povos, nós nos conhecemos mais. Nós fortalecemos nosso movimento internamente, somos 43 povos, e isso nos une cada vez mais”, ressalta à REVISTA CENARIUM.
No encontro atual, representantes das comunidades indígenas se reunirão com autoridades governamentais e organizações para abordar questões que afetam diretamente a existência dos povos originários, tais como garantia da demarcação de terras, direito à consulta livre, prévia e informada, proteção ambiental, regulação do mercado de carbono e o impacto das barragens nos rios.
Também entram na pauta de discussões projetos de mineração, ordenamento territorial e empreendimentos hidrelétricos, bem como a garantia de acesso aos serviços essenciais de saúde e educação.
A primeira-secretária da Fepoimt pontua, ainda, que o documento que será elaborado em Mato Grosso também será levado ao encontro nacional do ATL em Brasília, que deve reunir mais de 5 mil indígenas de todas as regiões do País entre os dias 22 e 26 de abril.
Taukane destaca que a união já é a marca do ATL em Cuiabá. “A gente vai conhecendo a realidade dos povos, as dificuldades, avanços e desafios“, frisa. “Nós fazemos parte da sociedade do povo mato-grossense. Nós trazemos artesanatos, os nossos cantos, as nossas danças, então, é um momento de compartilhar, porque somos tudo isso, é a nossa riqueza cultural“, enfatiza sobre a visibilidade do acampamento.
Durante todo o evento, os indígenas ficam acampados na praça, localizada em uma das principais avenidas da capital mato-grossense, próxima às sedes dos Poderes Executivo e Judiciário. Cercados por grandes prédios, os povos compartilham lutas e cultura.
Sobre o ATL
O Acampamento Terra Livre (ATL), a maior Assembleia dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil, ocorre desde 2004, ocorrendo regularmente todo mês de abril em Brasília e, excepcionalmente, em outro mês e em outra unidade da federação, dependendo da análise conjuntural nacional e da situação dos direitos indígenas e das deliberações dos dirigentes e organizações de base do movimento indígena.
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