Acre está entre os dez mais endividados do País; Estados da Amazônia lideram ranking, mostra Serasa

Dados do Serasa mostraram a inadimplência nos Estados em setembro. (Arte: Mateus Moura)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Acre ocupou a 8ª posição no ranking dos Estados com população mais inadimplente do Brasil, com 44,58% dos habitantes com alguma dívida em aberto em setembro, de acordo com o Serasa. Eram, pelo menos, 400 mil consumidores devedores na Unidade Federativa. A inadimplência significa o não pagamento de uma conta ou dívida e os dados são do último levantamento do órgão, realizado em setembro deste ano.

Além do Acre, outros quatro Estados da Amazônia Legal estão no “Top 10” com maior número de inadimplência registrada. A REVISTA CENARIUM considerou que a população acriana estimada, em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 906 mil pessoas, para chegar ao número de afetados pela inadimplência.

Os Estados da Amazônia Legal que dividiram o ranking com o Acre foram: Amazonas (51,50%), na primeira posição; Amapá (50,76%), em segundo lugar; Mato Grosso (48,70%), na quinta posição; e Roraima (46%), na 7ª posição. Todos estavam acima da média nacional, de 42,22% da população que deixou de pagar algum compromisso.

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(Arte: Mateus Moura)

Na comparação com o levantamento do mês de agosto, o número de inadimplentes no Acre aumentou, já que, anteriormente, o Estado ocupava a 9ª posição, com 43,77%, ou seja, 396 mil pessoas. À época, o ranking ainda era liderado pelo Amazonas (51,44%), seguido do Amapá (50,79%), Mato Grosso (48,78%) ainda na quinta posição, e Roraima (46,17%) no sexto lugar.

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Se compararmos os dois meses, é possível perceber que a inadimplência aumentou apenas no Amazonas, enquanto nos outros Estados da Amazônia Legal, que estão no “Top 10”, o número de consumidores adultos que deixaram de pagar alguma dívida diminuiu.

A economista Denise Kassama pontua que a explicação para a alta inadimplência nos Estados da Amazônia se dá pela influência de outros indicadores, que dificultam o pagamento de dívidas.

“A questão da inadimplência na Região Norte corrobora com outros indicadores, como o alto nível de desemprego na região, renda reduzida. Ou seja, menos pessoas trabalhando, menos renda, mais dívidas. Chega o momento que as dívidas, considerando a taxa de juros atual, o consumidor não consegue mais honrar suas responsabilidades financeiras e entra na inadimplência”, explica.

Veja abaixo o ranking geral em agosto:

(Arte: Mateus Moura)

Cartão de crédito

No cenário nacional, eram 68,39 milhões de inadimplentes em setembro. A porcentagem média dos brasileiros nessa situação foi de 42,22%, maior que em agosto, quando chegou a 42,01%. Ficar inadimplente pode acarretar ter o CPF negativado, o que é popularmente conhecido como ter o “nome sujo”

“Ficar inadimplente e ter o nome na Serasa, além de restringir diretamente o acesso ao crédito e desorganizar a vida financeira das famílias, também afeta o ‘score‘ de crédito do consumidor”, diz o órgão.

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A instituição apontou ainda que o principal vilão da vida financeira das famílias, em setembro, foi o cartão de crédito, responsável por causar 29,45% das dívidas. Logo após vem o varejo (12,38%) e Utilities (21,86%), que são contas básicas como água, luz e gás de cozinha.

O valor médio da inadimplência, por pessoa, foi de R$ 4.324,42, e o valor médio de cada dívida foi de R$ 1.227,71, apontou o Serasa. Quanto ao gênero dos inadimplentes, as mulheres foram responsáveis pelo maior número, 50,2%, e os homens por 49,8%.

O órgão ainda dá dicas de como evitar cair na inadimplência. Veja abaixo:

  • Reúna a família e faça um levantamento de todos os gastos, inclusive com itens pequenos, como o cafezinho na padaria;
  • A família deve sempre decidir em conjunto quais gastos cortar, quanto guardar e onde aplicar o dinheiro poupado;
  • Abandone o consumismo. Tenha no máximo um cartão de crédito e só o leve na bolsa quando tiver planejado uma compra realmente necessária;
  • Pesquise preços antes de comprar qualquer produto e corte os gastos desnecessários.

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