ALE/AM usa dinheiro público para bancar militância virtual contra governador do Estado
16 de maio de 2020
À esquerda, o presidente da ALE/AM, Josué Neto e à direita, Lúcia Érika Barreto, advogada e militante pró-impeachment de Wilson Lima, paga com dinheiro da Assembleia. - Foto: Reprodução
Carolina Givone – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma nova nomeação feita pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE/AM), Josué Neto (PRTB), aponta que o parlamentar tem usado dinheiro público para financiar “militantes” pró-impeachment do governador Wilson Lima (PSC) e de seu vice, Carlos Almeida (PTB) em uma rede de grupos de Whatsapp.
No último dia 5 de maio, foi publicada no Diário Oficial Eletrônico da Aleam, – Edição nº 1.491, a nomeação da advogada Lúcia Erika de Oliveira Barreto, para exercer cargo de Coordenadora na Diretoria da Casa, com data retroativa de 1º de abril deste ano.
Imagem do Diário Oficial da ALE/AM. onde consta a nomeação de Lúcia Érika Barreto, como funcionária da Assembleia, nomeada pelo Presidente Josué Neto. (Reprodução)Registro Profissional de Lúcia Erika, consulta pública realizada no site da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. – Foto: Reprodução
Na semana passada, a REVISTA CENARIUM já havia publicado uma denúncia parecida. Assim como a empresária Wilmara Torres Kruke, também nomeada anteriormente por Josué Neto, para atuar em um cargo comissionado, Lúcia Barreto recebe um rendimento bruto total de R$ 5.841,33, como Coordenadora da Diretoria, para incentivar um movimento “espontâneo” favorável ao impeachment estadual nas redes sociais.
Apoiadora do Impeachment têm recebido desde sua nomeação, a importância bruta de R$5.841,33, como comissionada na Assembleia. – Foto: Reprodução
A advogada também está presente em pelo menos três grupos, “Pátria & Família 28 PRTB”, “Todos contra Wilson Lima” e “Wilson Lima na cadeia já”. A intenção desses grupos, é movimentar a opinião pública por meio de noticiais falsas e simular apartidarismo de Josué Neto, principal interessado no pedido de impeachment, por ser o primeiro na linha sucessória do poder.
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lúcia Barreto interagindo nos grupos do pró-impeachment, financiados com dinheiro público – Foto: Whatsapp
Lucia Barreto no perfil do Facebook, também segue a “militância” em todos os atos pró-Bolsonaro, que incentivam o fim do isolamento social. Ela também esteve presente na frustrada coleta de assinaturas para criação do partido de Jair Bolsonaro, Aliança Pelo Brasil (APB), que pretendia lançar candidatos à eleição municipal deste ano.
As postagens tem objetivo de incentivar a adesão da sociedade, como se o movimento fosse espontâneo – Foto: Reprodução
A equipe de reportagem da REVISTA CENARIUM tentou obter informações sobre as atribuições de Lúcia Barreto na Assembleia Legislativa do Amazonas. Nas redes sociais dela há várias imagens com Josué Neto em eventos da Casa.
Ainda foi questionado a Lúcia Barreto e ao Josué Neto, qual a razão da contratação da advogada para o cargo público, já que a mesma é profissional liberal. Até a publicação desta matéria, a reportagem não obteve retorno para essa resposta.
A advogada e o presidente da ALE/AM, em diversos eventos voltados à coleta de assinaturas para criação do Partido de Bolsonaro. – Fotos: Reprodução
Militância
Assim como Lúcia Barreto, Sérgio Kruke e a mulhere dele, Wilmara Kruke estão envolvidos com a militância pró-impeachment, capitaneada pelo deputado Josué Neto. Sendo o atual opositor ao governo do Amazonas, e principal interessado na queda do atual poder executivo.
Após constatar isolamento político na defesa do processo de destituição do governador do Estado, a alternativa do parlamentar, tem sido os ataques virtuais aos colegas de poder. O intuito é movimentar a população para pressionar os demais deputados a admitirem o processo de impeachment.
Respostas
Cenarium – Em tempos de fake news e com muitos políticos se elegendo por meio dessa prática, como o senhor vê a questão de um presidente de Casa Legislativa integrar grupos de whatsapp que têm essa finalidade?
Josué Neto “Participo de grupos de WhatsApp sobre os mais variados assuntos e principalmente: política. Não comungo com a prática de Fakenews e também não sou fiscal de grupos de WhatsApp nem tampouco censuro as informações. A minha participação em grupos de WhatsApp é como de uma pessoa que quer informar e divulgar minhas ações. Apenas isso. Tenho responsabilidade sobre minha postagens e não há da minha parte nenhuma postagem falsa ou com a finalidade de prejudicar ninguém”.
Cenarium – Qual a função desempenhada por um coordenador, como a que Lúcia Érica foi nomeada?
Josué Neto – “Os cargos de ‘Coordenador’ na estrutura da Aleam são destinados a execução de projetos especiais a serem executados dentro da estrutura de suas respectivas diretorias. Esse cargo de coordenador está vinculado à Diretoria de Relações Institucionais da Assembleia Legislativa. Todos os projetos especiais cujo tema envolva as relações do Poder Legislativo Estadual com o Governo Federal, Governos Municipais e os outros entes do Governo Estadual são tratados por essa coordenadoria”.
Cenarium – Por que no passado, o senhor não tinha o mesmo empenho nas redes sociais pelo impeachment do chefe do Executivo Estadual?
Josué Neto “Minhas manifestações nas redes sociais tem a principal finalidade de informar a população e rebater os ataques que venho sofrendo desde que decidi autorizar o prosseguimento do Impeachment na Assembleia. Nós vivemos hoje a maior tragédia humanitária da história do nosso Estado. Eu não poderia, em hipótese alguma, engavetar esse pedido. Não poderia ser outra atitude de quem estivesse sentado nesta cadeira a não ser a de permitir que as denúncias sejam analisadas e que os demais deputados e a população avaliem se cabe ou não o impeachment”.
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