AM entra na força-tarefa nacional para conter crise humanitária dos Yanomami

As ações de saúde seguem até 20 de março e destacam o combate e controle da malária (Foto: Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Em meio à crise que a Terra Indígena Yanomami enfrenta, equipes da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) – passaram a integrar a força-tarefa nacional para combate e controle de emergências de saúde aos Yanomami, nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Santa Izabel do Rio Negro, na região do Alto Rio Negro.

A iniciativa faz parte do Centro de Operações de Emergência em Saúde – Yanomami (COE-Yanomami), do Ministério da Saúde, do qual a FVS-RCP passa a fazer parte. Juntos, esses três municípios somam mais de 7,8 mil indígenas Yanomami, conforme dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

A iniciativa faz parte do Centro de Operações de Emergência em Saúde Yanomami (Abrahao-Grgraham/FVS)

As ações de saúde seguem até 20 de março e destacam o combate e controle da malária, devido essa doença ser uma das principais endemias que afetam os Yanomami na localidade. A estratégia conta, também, com apoio do Distrito Sanitário de Saúde Indígena Yanomami (DSEI Yanomami), em parceria com as demais esferas do governo estadual, federal e municipais.

PUBLICIDADE

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, enfatiza que os profissionais de saúde estão indo in loco para acompanhar e reforçar as ações de Vigilância em Saúde no Território Yanomami. “Estamos no combate do agravo para encontrar soluções que promovam a saúde aos Yanomami. As ações são importantes para prevenir e tratar a doença, trazendo qualidade de vida ao povo Yanomami”, pontua Tatyana.

Malária

Em 2022, houve redução de 31% de casos de malária nas Terras Yanomami (TY). Foram 6.138 casos de malária registrados de janeiro a dezembro do ano passado. Em 2021, também de janeiro a dezembro, foram 8.913 casos da doença nessas localidades. Os técnicos da FVS-RCP também apoiam a execução das ações de prevenção e eliminação da malária nas comunidades indígenas.

“Nossa equipe, em conjunto com os Distritos Sanitários, realizam testagem para investigação epidemiológica e diagnóstico da malária, além de busca ativa dos casos positivos, distribuição de mosquiteiros, com inseticidas de longa duração, e borrifações nas casas dos indígenas”, enfatiza Elder Figueira, chefe de Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP.

Apagão

Em janeiro, veio à tona que houve um “apagão de dados” sobre a crise na Terra Indígena Yanomami (TIY), durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lideranças indígenas, a exemplo de Dario Kopenawa Yanomami, foram ao Palácio do Planalto pedir ações efetivas e que os garimpeiros fossem expulsos das terras.

“Os yanomami foram muito afetados pela desassistência, falta de medicamentos e invasões. A situação é caótica”, afirmou Junior Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), em entrevista à CW Brasil.

“Eles falavam há tempos sobre o cenário, mas não tinham os dados exatos. O acesso a essas informações estava difícil durante o Governo Bolsonaro. […] Era difícil calcular esse número com um governo que não tinha a menor intenção em fazer esse acompanhamento e publicar esses dados. Foi um apagão dos números”, afirma pesquisadora e ativista da Survival International, Priscilla Oliveira.

(*) Com informações da assessoria
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.