Amazonense participa de exposição coletiva no 11º Festival Cultural do Brasil em Viena, na Áustria

Artista plástico do Amazonas leva a videoinstalação “Mãos que Matam” ao evento internacional (Pedro Marinho)
Da Revista Cenarium Amazônia*

MANAUS – O Amazonas se fará presente durante a programação do XI Festival Cultural do Brasil, evento que acontece entre os dias 18 e 25 de setembro, na cidade de Viena, capital da Áustria. O artista plástico Jandr Reis é um dos nomes que compõem a exposição coletiva “Tonga da Miranda”, que faz parte da programação do festival.

Com mais de 30 anos de carreira e cerca de 5 mil obras produzidas, Jandr é um dos maiores nomes do cenário das artes visuais contemporâneas no Brasil. Natural de Óbitos, no Pará, mas radicado no Amazonas, possui uma trajetória consolidada, marcada por diversas exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais.

As “mãos” representam as forças poluidoras presentes em nosso cotidiano que nos acenam como num triste cumprimento de adeus à natureza (Pedro Marinho)

Desta vez ele retorna a Áustria levando a videoinstalação “Mãos que Matam”, intervenção artística produzida em 2021, no arquipélago de Anavilhanas em Novo Airão, distante três horas da capital amazonense. O convite para participar da exposição coletiva partiu da curadora e organizadora do XI Festival Cultural do Brasil, Vanessa Noronha Tolle.

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“Em 2017, foi a primeira vez que eu participei desse festival do Brasil na Áustria, na cidade de Gmünd, com a série Orquidário. Dessa vez, a curadora do festival ficou encantada quando viu a instalação ‘Mãos que Matam’, porque a proposta deles é ecologia e meio ambiente”, explica Jandr Reis.

O convite para participar da exposição coletiva partiu da curadora e organizadora do XI Festival Cultural do Brasil, Vanessa Noronha Tolle (Pedro Marinho)

A referida intervenção artística foi executada em meio a maior enchente já registrada na história de Manaus em dois locais: em frente à Catedral Metropolitana no centro alagado da cidade, e no arquipélago de Anavilhanas.

No primeiro caso, as “mãos” representam as forças poluidoras presentes em nosso cotidiano que nos acenam como num triste cumprimento de adeus à natureza, e nos adverte sobre o acúmulo de lixo na cidade que desaguam nos igarapés e rios.

Já em Anavilhanas, as luvas flutuam nas águas do Rio Negro em contraste com a natureza exuberante do igapó alagado. Nesta cena, o artista impacta a paisagem mostrando a perspectiva de um futuro tenebroso de poluição na Amazônia.

As “mãos” que acenam pedindo por socorro tiveram as luvas preenchidas por isopores recolhidos nos igarapés de Manaus. (Pedro Marinho)

“Trata-se de um grito de alerta constante. O lixo continua aí presente, quando alaga esse lixo aparece, vai parar nos igarapés, rios, e até nos oceanos, então, essa luta permanece com relação ao lixo nos nossos rios e igarapés. Então é uma forma de alertar para a preservação do meio ambiente, da nossa floresta e nossos rios”, destaca o artista plástico.

As “mãos” que acenam pedindo por socorro tiveram as luvas preenchidas por isopores recolhidos nos igarapés de Manaus. “Tem todo um trabalho ecológico por trás disso. Simbolicamente representa isso: a luta constante pela preservação e o pedido para não se jogar lixo nos rios e nas ruas”, afirma Jandr Reis.

Exposição

“Tonga na Mironga” é uma exposição coletiva que acontece de forma presencial em Viena como parte da programação do XI Festival Cultural do Brasil organizado pela Verein Papagaio – Ponto de Memória do Brasil no Exterior.

A exposição apresenta um conjunto de obras variadas em pintura, escultura, fotografia ou vídeo e, de modo breve, os assuntos da exposição se relacionam com autocuidado, infância, regionalidade e a importância de cuidar do meio ambiente.

O título da exposição é inspirado na música Tonga da Mironga do Kabuletê, de Vinícius de Moraes e Toquinho.

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