Amazônia registra pior desmatamento da série histórica em outubro, segundo Inpe

Queimadas aumentaram em outubro (Bruno Kelly/Reuters)
Da Revista Cenarium (*)

MANAUS – Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira, 11, revelam que, de 1º a 31 de outubro, foram registradas a maior área com alertas de desmatamento da série histórica para o mês. O número é maior que o registrado em outubro de 2021, quando a área com alertas atingiu 876,56 km².

Queimada em área de mata no Sul do Amazonas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

A destruição se concentrou no Estado do Pará (48,12%), seguido de Mato Grosso (16,61%), Amazonas (15,76%) e Rondônia (7,59%). No acumulado entre janeiro e outubro de 2022, houve recorde da série histórica: uma área total destruída de 9.494 km², superando o registrado nos outros anos inteiros da série, mantendo o padrão Bolsonaro de destruição.

Gráfico mostra dados de desmatamento somente de outubro ao longo dos anos,
 segundo o Programa Deter-B/Inpe.

“Apesar de uma perspectiva mais otimista com o fim de uma política claramente antiambiental de Bolsonaro, as ações e omissões do governo ainda produzirão danos diretos e indiretos para a Amazônia e seus povos por algum tempo. Será um enorme desafio reverter a situação atual, mas se o Brasil realmente quiser voltar a ser uma liderança no debate climático, esse é um caminho inevitável, e essa agenda tem pressa.” comenta o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas.

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Gráfico mostra o acumulado de janeiro a outubro de cada ano,
segundo o Programa Deter-B/Inpe

De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), 49% das emissões, em 2021, foram advindas do desmatamento, e seguem em direção ao maior bloco contínuo de floresta bem conservada na Amazônia, localizada no Estado do Amazonas. A destruição desenfreada da Amazônia está levando a floresta para um ponto de não retorno e ameaçando um ecossistema vital. “O momento é crucial para a Amazônia, pois dela depende o clima do mundo e, consequentemente, a economia, agricultura e a saúde de todos os habitantes deste planeta. Precisamos sair do âmbito das promessas e partir para real ação”, complementa Freitas.

Apesar dos enormes desafios, é hora de olharmos para o futuro com esperança para avançarmos no projeto que queremos para o Brasil. Para os próximos anos, será preciso ações concretas e ambiciosas para tirar o País do atraso em que se encontra. Mais uma vez, o Brasil terá a chance de protagonizar o debate climático ao promover, entre outras agendas, a conservação e uso sustentável da maior floresta tropical do mundo.

(*) Com informações do Greenpeace Brasil

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