Após assassinato de presidenciável, candidata à Assembleia do Equador sofre ataque

Veículo que era conduzido por Estefany Puente e foi atingido por disparo em Quevedo, no Equador - Estefany Puente Castro no Facebook
Da Revista Cenarium Amazônia*

SÃO PAULO – Uma candidata à Assembleia Nacional do Equador foi alvo de um ataque nesta quinta-feira, 10, um dia após o assassinato do presidenciável Fernando Villavicencio, segundo o jornal local El Universo.

Estefany Puente dirigia um carro com adesivos de outro candidato, Eduardo Mendoza, quando o veículo foi interceptado por dois criminosos, que dispararam contra o para-brisa, do lado do motorista. Um tiro atingiu de raspão o braço da política, que recebeu atendimento médico e não corre risco de morte.

Os atiradores fugiram, e as motivações do ataque são incertas. Puente estava acompanhada do pai e de um funcionário. Uma testemunha disse que os disparos foram feitos com uma pistola traumática, usada para disparar balas de borracha. A candidata havia deixado um evento em uma organização que presta serviços sociais na cidade de Quevedo, a cerca de 230 quilômetros da capital do país, Quito.

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As autoridades investigam o caso e analisam imagens de câmeras de segurança. Não está claro se o ataque teve motivação política. Outra testemunha afirmou que a candidata acelerou depois de ser abordada pelos criminosos, que então atiraram. Até o momento ninguém foi preso.

“Hoje fui vítima de um crime contra a minha integridade, o que nós equatorianos vivenciamos diariamente”, escreveu Puente nas redes sociais. “Fomos esquecidos por um governo inoperante, envolto em corrupção e máfias, fruto de governos anteriores (de fugitivos) e o atual.”

Puente integra a coalizão de esquerda “Claro que se puede” (Claro que é possível). Também na quinta, o candidato à Presidência da aliança, o líder indígena Yaku Pérez, anunciou a suspensão da campanha após o assassinato de Villavicencio, alegando motivos de segurança.

O caso ocorre num momento em que a população equatoriana está de luto após o assassinato de Fernando Villavicencio, morto com tiros na cabeça na quarta, 9, após um evento de campanha em Quito. Além dele, outras nove pessoas ficaram feridas, incluindo uma candidata ao Parlamento e dois policiais.

Em resposta, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em todo o país. A medida será válida por 60 dias e permitirá a presença das Forças Armadas nas ruas. De acordo com o governo, o objetivo é garantir a segurança das eleições gerais, mantidas para o dia 20 de agosto.

Lasso prometeu rigor contra o crime organizado e afirmou que o assassinato de Villavicencio não ficará impune. Ele disse que terá a ajuda do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, nas investigações.

Após um velório privado apenas para familiares e amigos nesta quinta, está previsto um funeral público nesta sexta-feira, 11, para Villavicencio. Rubén Granda, candidato a deputado pelo Movimento Construye —partido de centro-direita pelo qual o presidenciável concorria— afirmou à imprensa local que está sendo estudada a possibilidade de a cerimônia ocorrer na Assembleia Nacional, onde Villavicencio legislou até três meses atrás, ou no Centro de Exposições da capital.

Morto aos 59 anos, Villavicencio era casado com Verónica Saráuz, com quem teve três filhos. Foi ela quem escutou os disparos e chamou a polícia quando sua casa foi alvejada em 2 de setembro de 2022 por homens que estavam em carros, em outro atentado contra o político.

O candidato ficou conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista investigativo e deputado. Ele teve larga trajetória na esquerda, mas mais recentemente se movimentou ao centro.

Villavicencio era um dos oito candidatos da corrida presidencial e chegou a aparecer em segundo lugar numa pesquisa de intenção de voto feita pelo instituto Cedatos e divulgada no mês passado.

(*) Com informações da Folhapress

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