Ato em defesa da democracia deve virar livro a ser lançado em setembro; grupo pretende continuar após eleições

Diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Fernandes Campilongo, durante a leitura dos manifestos pela democracia (Danilo Verpa/FolhaPress)
Com informações da FolhaPress

SÃO PAULO – Segundo o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Fernandes Campilongo, um livro a ser lançado ainda em setembro deve reunir artigos, comentários, textos diversos e fotografias relacionados ao ato em defesa da democracia realizado nesta quinta-feira, 11, em São Paulo.

Campilongo, que participou da organização da manifestação e discursou, diz que a ideia é que a publicação aconteça o mais rápido possível, com a meta de que ocorra em setembro.

“Temos algumas ideias para o futuro. Não podemos perder a energia dessa corrente tão forte que se formou. No curto prazo, queremos reunir artigos, comentários e vídeos de todo mundo que falou a respeito da carta e do evento, nas últimas semanas. E foi muita coisa. Queremos reunir fotografias desse evento tão marcante. E publicar ainda em setembro, o mais rápido possível, um livro contando a história desse ato épico na faculdade”, afirma.

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O diretor acrescenta que, no médio prazo, a ideia é que o grupo que se reuniu para a elaboração da carta e a organização do ato continue mobilizado sob a forma de um fórum permanente em defesa da democracia.

“Ainda que nós tenhamos mudanças na condução política e ideológica do Brasil, acho que a minoria de perfil autoritário continuará mobilizada. Então, a defesa da democracia não tem que ser uma coisa do dia 11 de agosto. Não tem que ser uma coisa do dia da eleição. Tem que ser permanente. E eventos deste tipo podem servir como uma semente para um fórum permanente de defesa da democracia”, argumenta.

Campilongo descreve o evento como uma “festa cívica com a cara do Brasil”.

“Teve gente de todos os setores sociais, econômicos e políticos. Foi um ato plural, multicultural e multiétnico. É uma alegria sem tamanho que tudo tenha acontecido com muita tranquilidade e também firmeza em defesa da democracia”, conclui.

Lida nesta quinta-feira, 11, a carta iniciada na Faculdade de Direito da USP já foi assinada por mais de 960 mil pessoas.

O movimento, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições, é considerado um marco simbólico na reação da sociedade civil à escalada de ameaças, às instituições, promovida por Bolsonaro, que insufla apoiadores para saírem às ruas no 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência.

Segmentos que estavam inertes perante as intimidações, por alinhamento ao bolsonarismo ou receio de represálias, sobretudo, no ambiente empresarial e financeiro, decidiram aderir às mobilizações.

A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito” remete à histórica “Carta aos Brasileiros” apresentada em ato público, em agosto de 1977, na mesma Faculdade de Direito da USP, que marcou a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e por redemocratização.

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