‘Ballroom Culture’: oficina vai contar com liberdade e diversidade de corpos

Dançarinos praticantes da cultura Ballroom (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – A professora Raiana Pinheiro desde 2020 mantém contato com a Cultura Ballroom, um espaço essencialmente criado para pessoas serem quem são, um espaço multiartístico que é protagonizado por corpos LGBTQIAPN+, latino, indígenas e pretos. É ela quem convida mais cinco professores para uma oficina que acontece na capital amazonense nos domingos de fevereiro e nas tardes de sábado do mês de março, na Kuma Espaço de Criação, localizada na Rua Ipixuna, 115, Centro.

Metade das vagas da Oficina Ballroom Culture oferecem bolsas com intuito de garantir o auxílio transporte para o deslocamento de participantes. A comunidade Ballroom se movimenta constantemente através de bailes de Vogue e também da formação de casas, uma construção coletiva onde diversos corpos contribuem com linguagens artísticas como a música, dança, teatralidade, cenografia, figurino, para construção de uma cena inserida na identidade urbana da cidade.

Em Manaus, Raiana já participou de algumas casas. “A partir disso também comecei a me aprofundar nas categorias de Vogue junto com as pessoas que administravam oficinas, um tempo depois, entre 2022 e 2021 comecei a dar minhas primeiras aulas de Vogue. A minha primeira oficina inclusive foi na Kuma Espaço de Criação”, relembra a professora, que também ofereceu cursos em espaços focados em teatro como a Casa Miúda.

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A dançarina Odara Konda (Divulgação)

“Absorver informações sobre a comunidade, as aulas, técnicos, cuidados com corpos… acredito que isso pode agregar no cenário artístico, assim como foi pra mim, quero repassar esses conhecimentos que não se resumem em técnica mas inclui também vivência de se dançar Vogue”, destaca Raiana Pinheiro.

Versatilidade no palco

Odara Konda vive a cultura Ballroom desde 2018 e atribui ao movimento a importância de um divisor de águas para seu entendimento como pessoa preta. Ela sempre responsável por ensinar a modalidade Vogue Femme nas oficinas. “Cada aula é um desafio porque mesmo que eu tenha um roteiro e um plano de aula, dependendo de quem vá fazer a aula eu preciso alterar ou flexibilizar algo”, para Odara o importante é explorar o que cada um acha bonito no seu corpo, suas aulas priorizam que o público saia se sentindo melhor consigo mesmo. “Vamos explorar situações cotidianas em que podemos ser sensuais, cremosas… Costumo falar que o preparo é mais mental que físico”, antecipa a professora.

Liberdade

Marcelo Rodrigues, ou Blue, está integrado à cultura Ballroom, dentro das aulas de dança da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), através da pioneira do estilo na cidade, Simas Zion. Blue irá ministrar no evento aulas de “Old way”. “Para entender outras formas de vogue é necessário passar por esse segmento, sua história, motivações, estrutura”, adianta.

Blue também enfatiza que o preparo para fazer essa aula é estar aberto às possibilidades e ser quem você é. “Isso é o mais importante. Seja você, suas possibilidades, o que você tem para usar na sua dança e performance. Potencializar o que às vezes escondemos por medo de julgamentos”, finaliza o professor em tom convidativo para participantes que busquem através da dança libertar suas verdades.

Leia mais: Conheça a cultura ballroom e a importância do movimento para a comunidade LGBTQIA+
(*) Com informações da assessoria
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