Bolsonaro nomeia diretor-geral da PF para cargo que ficará vago daqui a dez meses

Márcio Nunes de Oliveira em evento na Polícia Federal, no Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou Márcio Nunes de Oliveira, diretor-geral da Polícia Federal, para a função de Adido Policial Federal na Embaixada do Brasil em Madri, na Espanha, por três anos. O cargo, no entanto, está ocupado e só ficará vago daqui a dez meses, em outubro do ano que vem.

A informação foi publicada no Diário Oficial da União, nesta terça-feira, 20 poucos dias antes do fim do governo, e gerou mal-estar dentro da PF e com a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Além da nomeação, o DOU trouxe a exoneração do delegado que está no posto, neste momento, Delano Cerqueira Bunn. Segundo pessoas envolvidas no caso, o policial foi pego de surpresa com a notícia do seu desligamento.

Integrantes da PF afirmam que a exoneração será revogada e, portanto, Oliveira só irá para o cargo daqui a dez meses. Já com a derrota do presidente nas urnas, o comando da Polícia Federal deu início a uma espécie de transição antecipada, como mostrou a Folha, e estava definindo o destino dos dirigentes após o fim da atual gestão.

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A ideia era criar um cargo novo na Espanha para abrigar Bunn e abrir lugar para o atual DG assumir o posto de adido. O futuro diretor-geral, Andrei Rodrigues, disse ser contrário ao plano, o que fez a atual gestão da PF desistir da proposta. A conversa sobre o assunto ocorreu na sexta, 16.

A nomeação de Márcio Nunes de Oliveira e a exoneração do atual adido, no entanto, já tinham sido encaminhadas e, segundo fontes, não deu tempo de cancelar a publicação no DOU. Nos próximos dias, uma nova edição do diário deve trazer a revogação do ato de desligamento de Bunn.

Nomeações

Com isso, Oliveira dependerá do aval do novo DG para garantir sua ida para a Espanha. Outras mudanças já estão em andamento. As nomeações para adidâncias são praxe em mudanças de gestão. Vários dos últimos ocupantes de cadeiras da direção da PF foram para o exterior ao serem exonerados.

O delegado Caio Rodrigo Pellim, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, foi escolhido para atuar junto ao Departamento contra o Crime Organizado Transnacional da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos.

Também foi publicada, no Diário Oficial da União, a designação da chefe de gabinete do diretor-geral da PF, a delegada Maria Amanda Mendina de Souza, para a função de oficial de ligação junto à Europol, em Haia, na Holanda, pelo prazo de dois anos.

A delegada Mariana Paranhos Calderon, da Diretoria de Gestão de Pessoal, e o delegado Alessandro Moretti, da Diretoria de Inteligência Policial, devem ser os escolhidos para as representações brasileiras no Uruguai e na França, respectivamente.

Foi solicitada ainda a criação de dois postos, em Boston, nos EUA, para abrigar auxiliares do atual titular da pasta da Justiça. As vagas devem ser destinadas aos delegados Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva, chefe de gabinete de Torres, e Alfredo Carrijo, da Secretaria de Operações Integradas do ministério.

Márcio Nunes de Oliveira entrou na Polícia Federal em 2002 e foi professor da Academia Nacional de Polícia. Formado em direito pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal, ele também foi superintendente da PF no Distrito Federal e chefe da divisão de controle de produtos químicos.

(*) Com informações da Folhapress
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