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Câmara de São Paulo abre CPI para desacreditar atuação de padre Júlio Lancellotti
O padre Júlio Lancellotti (Reprodução/Agência Brasil)
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03 de janeiro de 2024
Da Revista Cenarium Amazônia*
SÃO PAULO (SP) – A CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), deve ser instalada assim que a Câmara Municipal de São Paulo retomar os trabalhos em fevereiro. Ela tem como principal alvo a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da capital, mais especificamente na cracolândia, e a relação dele com as entidades.
O vereador articulou junto à cúpula do Legislativo um acordo para instalação da CPI após ter conseguido as 24 assinaturas necessárias para protocolá-la. A investigação deverá ganhar contornos eleitorais, pois Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024.
O partido de Rubinho, União Brasil, apoiará a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), e Kim Kataguiri, filiado à sigla, também é pré-candidato. O partido tem Milton Leite, presidente da Câmara Municipal, como principal liderança no Estado.
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As ações de Rubinho têm sido alvo de críticas de representantes da esquerda, e os vereadores do PT Luna Zarattini e Hélio Rodrigues denunciaram o colega à Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo.
As duas entidades que o vereador já definiu que deverão ser alvos da CPI são o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambas atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos da região central da cidade, assim como o padre.
A primeira é uma entidade filantrópica ligada à igreja católica da qual o padre Júlio já foi conselheiro. A segunda atua contra a violência policial na região da cracolândia.
Em dezembro, o pároco disse à coluna que não tem qualquer incidência sobre as entidades e não atua em projetos conjuntos com elas.
“Elas são autônomas, têm diretorias, técnicos, funcionários. A Câmara tem direito de fazer uma CPI, mas vai investigar e não vai me encontrar em nenhuma das duas”, afirmou.
Ele ainda disse que não é do conselho da Bompar há 17 anos, e que ocupava uma posição sem remuneração no conselho deliberativo da entidade.
O padre também afirmou que o vereador e seus aliados “ficam personalizando e criminalizando para fugir do debate da questão” e que deveriam “convocar o prefeito [Ricardo Nunes] e a Secretaria de Assistência Social, que têm o dinheiro público”.
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