Arthur Maia vai presidir CPMI do 8/1 e Eliziane Gama será relatora; veja como ficou a comissão

Maquete do Congresso Nacional danificada após ataque aos Poderes em 8 de janeiro ( Jefferson Rudy-Agência Senado)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O Congresso instalou nesta quinta-feira, 25, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, formada por deputados federais e senadores, e elegeu o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA) como presidente e a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora.

O senador Esperidião Amin protestou, no entanto, contra a criação do cargo de segundo vice-presidente para acomodar o senador Magno Malta (PL-ES). O acerto inclui ainda o senador Cid Gomes (PDT-CE) como vice-presidente.

Magno ameaçou lançar uma chapa só com nomes da oposição se não houvesse acordo. Ele voltou atrás com a decisão do senador Otto Alencar (PSD-BA) —que conduzia os trabalhos por ser o mais velho— de levar a dúvida sobre o cargo de segundo vice-presidente à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

O nome de Eliziane foi motivo de embates logo após o anúncio. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) reclamou da proximidade da senadora maranhense com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA).

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O senador Omar Aziz (PSD-AM) interveio a favor da colega, mas Marcos do Val protestou. Otto pediu para que Do Val ficasse em silêncio e afirmou que a comissão não era delegacia de polícia.

O governo Lula (PT) queria que a presidência da CPMI ficasse com o Senado —onde conta com mais apoio do que na Câmara dos Deputados e tem o presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como aliado de primeira hora.

Os partidos do centrão, no entanto, brigaram para que a presidência ficasse com os deputados federais e entraram em acordo para indicar Maia, um dos vice-líderes do blocão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em um sinal de que o governo sairia derrotado na disputa interna pela presidência da comissão se partisse para o voto, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), abriu mão da participação dele um dia antes da instalação.

A ideia do governo era emplacar Braga ou Renan Calheiros (MDB-AL) como presidente da CPMI. Apesar disso, Braga anunciou nesta quarta (24) que os senadores Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Marcelo Castro (PI) ocupariam as duas vagas do MDB.

O governo preferia que a presidência ficasse com um senador aliado porque é o presidente quem controla o dia a dia dos trabalhos. É ele quem determina, por exemplo, quais requerimentos serão votados, e quem tem o poder de cortar o microfone dos colegas.

Líderes da base de Lula no Senado vinham reclamando, no entanto, que o Palácio do Planalto negligenciou a CPMI de 8 janeiro, e não se organizou para impedir que o centrão de Lira conseguisse o cargo.

Apesar de Lula ser contra a CPMI, a quantidade de assinaturas foi alcançada em fevereiro, com apoio inclusive de parlamentares da União Brasil, que controla três ministérios da Esplanada.

O governo se viu obrigado a apoiar a comissão no mês passado depois que vieram à público parte dos vídeos do Planalto em 8 de janeiro —episódio que levou à saída do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias.

Parlamentares durante sessão de instalação da CPMI e eleição da mesa da comissão (Gabriela Biló/Folhapress)
VEJA QUEM SÃO OS 32 TITULARES DA COMISSÃO:
Senadores
  • Ana Paula Lobato (PSB-MA)
  • Cid Gomes (PDT-CE)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Marcelo Castro (MDB-PI)
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Deputados federais
  • Aluisio Mendes (Republicanos-MA)
  • Amanda Gentil (PP-MA)
  • André Fernandes (PL-CE)
  • Arthur Maia (União Brasil-BA)
  • Carlos Sampaio (PSDB-SP)
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ)
  • Duarte (PSB-MA)
  • Duda Salabert (PDT-MG)
  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Filipe Barros (PL-PR)
  • Jandira Feghali (P C do B-RJ)
  • Paulo Magalhães (PSD-BA)
  • Rafael Brito (MDB-AL)
  • Rodrigo Gambale (Podemos-SP)
  • Rogério Correia (PT-MG)
  • Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
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