Campanha de multivacinação contra poliomielite e sarampo inicia em maio no AM e AC

Os dois Estados serão os focos iniciais da campanha nacional, devido ao registro de um caso de poliomielite no Peru, ocorrido em dezembro do ano passado e confirmado em março (Reprodução/Internet)
Da Revista Cenarium*

RIO DE JANEIRO – O Ministério da Saúde inicia no próximo dia 13, no Amazonas, a campanha de multivacinação contra a poliomielite e o sarampo. No dia 27, a iniciativa será realizada no Acre. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 2, pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunoprevisíveis do ministério, Eder Gatti.

Os dois Estados serão os focos iniciais da campanha nacional, devido ao registro de um caso de poliomielite no Peru, ocorrido em dezembro do ano passado e confirmado em março. O paciente é uma criança do distrito de Manseriche, a 500 quilômetros da fronteira brasileira.

“É uma região de população indígena, então, há muita circulação na fronteira. Isso levantou um alerta”, explicou Gatti. “Temos um risco de reintrodução da poliomielite, então, a nossa missão é recuperar as coberturas vacinais, principalmente, na fronteira,”, acentuou.

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A campanha chegará a outros Estados no segundo semestre, possivelmente, a partir de agosto (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Segundo ele, o Amazonas e o Acre já estão fazendo ações de vacinação contra a pólio mesmo antes da campanha de multivacinação. “Já teve ação de intensificação contra a poliomielite na fronteira, mas a gente vê uma necessidade de expandir para todo o Estado [tanto do Amazonas, quanto do Acre]”, argumentou.

A ideia é que a campanha dure uma semana, mas como há muitos vilarejos ribeirinhos e aldeias indígenas, é possível que demore mais do que isso, ponderou Gatti. 

Outros Estados 

Segundo ele, a campanha chegará a outros Estados no segundo semestre, possivelmente, a partir de agosto. “Com o resto do País, a gente está fechando uma agenda de pactuações para transferência de recursos”, disse.

“A discussão [que está havendo] é se a gente trabalha na lógica de estratificação, começando com municípios prioritários críticos, e depois avança nos outros municípios. Isso depende de uma articulação com Estados e municípios”, explicou. 

Além de imunizar contra pólio e sarampo, a campanha  buscará atualizar as vacinações de crianças e adolescentes até 15 anos, aplicando doses para esse público.

“A ideia é usar estratégias de busca ativa com agentes comunitários, vacinação em ambiente escolar e checagem de carteira, sempre que a pessoa tiver acesso aos serviços de saúde”, afirmou.

Leia também: Especialistas afirmam que vacinação tem importância maior para prematuros

Gatti participou, nesta terça-feira, 2, do 7° Simpósio Internacional em Imunobiológicos, que será realizado até quinta-feira, 4, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. 

Unicef

A secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, também esteve presente. Ela destacou que, de acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), há cerca de dois milhões de crianças que não têm qualquer proteção vacinal no País. 

Além dessa busca ativa e das vacinações nas escolas, Ethel acredita que esse número será reduzido, devido ao programa Bolsa Família, que tem como condicionalidade a imunização de crianças.  

“A falta dessas doses está, justamente, nas comunidades com nível socioeconômico mais desfavorecido. Com a retirada das condicionalidades que existiam para o recebimento dos programas de renda [pelo governo anterior], isso teve impacto significativo. Essas condicionalidades são fundamentais como uma oportunidade de explicar a necessidade de um acompanhamento dessas crianças e das vacinas”, ressaltou a secretária.

(*) Com informações da Agência Brasil
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