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Campanha Julho Verde celebra manguezais amazônicos no Pará
A programação será realizada no Solar da Beira, no Ver-O-Peso (Fernando Sette/Agência Belém)
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25 de julho de 2023
Da Revista Cenarium*
BELÉM (PA) – A campanha Julho Verde, sob o tema “Nosso mangue tem valor“, em Belém(PA), inicia na quarta-feira, 26, data em que se comemora o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, com programação cultural e socioambiental, no Solar da Beira, Feira do Ver-o-Peso. A realização é das 12 Associações de Usuários das Reservas Extrativistas (Resexs) do Pará, com articulação da ONG Rare.
A liderança extrativista da Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá (Auremag), Sandra Regina Gonçalves, declara que o mangue é o principal meio de sobrevivência da comunidade. “É do mangue que a gente sobrevive, por isso, precisamos, cada vez mais, valorizar essa floresta de manguezal que, hoje, reconhecemos como ‘maretório’. Escolhemos esse tema para que pudéssemos celebrar, pelo terceiro ano, o mangue. Quando fizemos o movimento pelo decreto das Resexs já foi com o objetivo de proteger essa região. O mangue é vida em abundância“, declara.
Campanha
As ações da campanha ocorrem desde 1° de julho no litoral paraense, região que, junto com Amapá e Maranhão, abriga 75% das florestas de mangue do Brasil, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A área é a maior e mais preservada faixa contínua de manguezais do mundo: são 11.229 quilômetros quadrados (km²) da porção chamada de maretório, uma palavra criada a partir de reivindicação popular, que significa a junção de território e maré.
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“O Julho Verde é um movimento dos extrativistas do litoral do Pará pela conservação dos manguezais amazônicos e dignidade de vida para as comunidades. Por meio da realização de campanhas, os guardiões e guardiãs dos manguezais são motivados a agir em prol desse ecossistema, especialmente, na sua atuação nas Reservas Extrativistas, as Resexs”, informa Bruna Martins, articuladora da campanha pela Rare Brasil.
O Pará possui em sua zona costeira 47 municípios com 12 Reservas Extrativistas Marinhas (Resexs) estabelecidas em 3641.42km² de manguezais. Estima-se que, somente no Pará, mais de 41 mil famílias extrativistas vivam nas áreas de manguezal e são fundamentais para conservá-lo.
Solar da Beira recebe campanha em Belém
A campanha Julho Verde vai iniciar ao nascer do dia, às 6h, com a Alvorada dos manguezais amazônicos, ao som do grupo de carimbó “Os Quentes da Madrugada”, da Resex Chocoaré Mato Grosso, localizada no município de Santarém Novo, ampliada em 1.800 hectares no último dia 5 de junho, com decreto do presidente Lula assinado no Dia Mundial do Meio Ambiente. Logo após, será aberta a Feira Mães do Mangue, com produtos da sociobiodiversidade dos manguezais, como artesanatos, óleos e alimentos.
A programação continua pela parte da tarde, a partir das 15h, apresentação da Miss Extrativista e declamação de poesias sobre os manguezais e, também, rodas de conversa sobre as mulheres desse ecossistema e o valor do mangue para as populações extrativistas. Durante todo o dia, estudantes do curso de oceanografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) farão exposições sobre a temática dos manguezais. À noite, a partir das 19h, um videomapping vai iluminar o prédio do Solar da Beira, com os símbolos do mangue, para conectar Belém ao litoral, buscando sensibilizar os cidadãos sobre a necessidade de conservação do manguezal.
COP30 em Belém – Os mangues e a mudança climática
Os manguezais atuam na redução do CO2 responsável pelo aquecimento global, pois o solo desses ecossistemas armazena até cinco vezes mais este gás do que as florestas tropicais, contribuindo significativamente para a regulação do clima no planeta, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). É o chamado “carbono azul”, termo usado para se referir ao carbono de ecossistemas marinhos e costeiros, já que o “carbono verde” é associado às florestas e outros ecossistemas terrestres.
Além disso, o ecossistema do mangue é conhecido por ser a “maternidade” da vida marinha, onde várias espécies de peixes, aves e mamíferos se reproduzem, e serve como proteção às costas litorâneas contra tempestades, tsunamis e aumento do nível do mar.
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