Capes cria ‘Cátedra Chico Mendes’ para apoiar estudos de ciências ambientais

Vista aérea do Rio Von Der Steinen no Território Indígena do Xingu (Lalo de Almeida - 12.ago.22/Folhapress)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) firmou, na última semana, uma cátedra entre o Brasil e a Universidade de Birmingham para apoiar estudos na área de ciências ambientais.

Batizada de Chico Mendes, em homenagem ao seringueiro e ambientalista acreano (1944-1988), símbolo da luta por direitos ambientais e humanos na região amazônica, a cátedra tem o objetivo de integrar atividades de pesquisa e ensino de universidades brasileiras com as da instituição britânica.

Vista aérea do Rio Von Der Steinen no Território Indígena do Xingu – Lalo de Almeida – 12.ago.22/Folhapress

O acordo prevê a cooperação internacional durante cinco anos, com editais de R$ 3,3 milhões por ano pela Capes. Os valores investidos serão utilizados para custear gastos com bolsas de pesquisa na Universidade de Birmingham, auxílio seguro saúde, auxílio instalação e auxílio deslocamento.

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A escolha dos bolsistas será feita por editais anuais, com o intuito de alocar um bolsista docente (cátedra), um bolsista de pós-doutorado e um bolsista de doutorado sanduíche por ano a partir de 2023. A bolsa da cátedra será concedida para um pesquisador de comprovada experiência na área e detentor de título de doutor há pelo menos 15 anos.

Segundo a Capes, em nota, a Universidade de Birmingham e o Ministério da Educação, ao qual o órgão é vinculado, firmaram também recentemente um protocolo de intenções para fomentar o Instituto Brasil na universidade britânica. A cátedra Chico Mendes deve contribuir para consolidar esse compromisso.

Na reunião que firmou o acordo, a presidente da Capes, Mercedes Bustamante, disse que o documento está em sintonia com uma demanda global por estudos ambientais.

“A pós-graduação e a ciência precisam ser meios de produção de conhecimento para solucionarmos questões locais, regionais, nacionais e até globais, como é o caso desse edital”, afirmou. “E o fato de ter o nome de Chico Mendes engrandece essa parceria, por associar a conservação ambiental à justiça social.”

Mercedes Bustamante toma posse como presidente da Capes
A presidente da Capes, Mercedes Bustamante – Divulgação/Capes

Rob Mackenzie, diretor do Instituto de Pesquisas sobre Florestas da Universidade de Birmingham, disse que a instituição tem uma “forte atuação no Brasil” e procura sempre firmar parcerias.

O pró-reitor de Internacionalização da Universidade de Birmingham, Robin Mason, contou que existem atualmente 20 estudantes da universidade no Brasil, e a cátedra deve expandir a presença da instituição no país.

“Justiça social e sustentável é um dos grandes desafios enfrentados pelo mundo hoje, que precisa ser solucionado com colaboração internacional”, disse. “Estamos ansiosos em trabalhar com a Capes e todos os parceiros brasileiros para avançar nosso conhecimento e desenvolver soluções para os dois países e, esperamos, o resto do mundo.”

As áreas de cooperação da cátedra são: ciências ambientais, mudanças climáticas, ecossistemas, sustentabilidade, sociedades e meio ambiente.

A duração das bolsas de pós-doutorado e doutorado sanduíche é de seis meses a um ano. O acordo prevê somente a mobilidade de pesquisadores brasileiros para o Reino Unido.

As inscrições para os semestres de verão, com início das atividades em março, se darão entre julho e agosto de cada ano. Para os de inverno, que começam em setembro, as candidaturas deverão ser apresentadas em janeiro e fevereiro.

Os resultados dos editais sairão em dezembro, para o verão, e junho, para o inverno.

O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.

(*) Com informações da Folhapress

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