Apib lança carta de solidariedade ao cacique Marcos Xukuru, prefeito eleito em Pesqueira, no PE

O cacique agora luta para ter o direito de ser empossado prefeito e reconhecido pelo TRE.(Divulgação/Apib)

Com informações da Apib

MANAUS – A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou nesta segunda-feira, 12, uma nota para manifestar solidariedade ao cacique Marcos Xukuru (Republicanos), que foi eleito no pleito municipal deste ano, como prefeito do município de Pesqueira, em Pernambuco, por cerca de 18 mil eleitores, com 51,6% dos votos válidos.

O cacique, líder do povo Xukuru há 20 anos, agora luta para ter o direito de ser empossado prefeito e reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Apib afirma que Marcos é vítima de uma ação “racista” movida pela atual prefeita da cidade, Maria José (DEM), que concorria à reeleição e foi derrotada nas urnas pelo cacique no dia 15 de novembro.

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Processo

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-Pernambuco) indeferiu a candidatura de Marquinhos, em decorrência de um atentado em que ele próprio e os seguranças foram vítimas em 2003. “Xukuru foi acusado de dano ao patrimônio privado e de vítima passou a ser réu na ocasião. Dessa forma, com a candidatura sub judice, o cacique corre contra o tempo e luta para que o TSE reconheça o direito de ser prefeito de Pesqueira”, diz trecho da carta.

Marquinhos foi escolhido cacique antes do assassinato de pai, Xicão Xucuru, em 20 de maio de 1998 por suas lutas em prol da demarcação do território Xucuru. “É uma das tantas lideranças indígenas, que neste ano marcado pelo racismo, preconceito e pelo ódio das classes dominantes contra os povos indígenas, sob o incentivo do atual governo, decidiram demarcar as urnas”, reforça o manifesto.

Além de Marquinhos, mais de 2 mil indígenas decidiram fazer a disputa eleitoral, para promover maior respeito aos direitos fundamentais dos povos indígenas. “Participar das gestões públicas de forma participativa, garantindo o respeito à toda a população e a autonomia dos modos de vida, territórios e as identidades culturais indígenas, conforme garante a Constituição e os tratados internacionais assinados pelo Brasil”.

“Saibam, porém, que continuaremos resistindo e para isso chamamos a todos os nossos povos, organizações e lideranças a estarmos unidos, na defesa de todos os nossos direitos, inclusive de participação política, nos distintos espaços de decisão, que até hoje foram apropriados pelos que não querem a nossa existência”, finaliza a Apib.

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