Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – As investigações do duplo homicídio envolvendo o servidor da Funai, Bruno da Cunha Araújo Pereira, 41, e o jornalista inglês Dominic Mark Phillips, 57, levaram ao cumprimento de sete mandados de prisão preventiva na tarde deste sábado, 6, contra familiares dos suspeitos do crime e contra os já presos, “Colômbia” e Amarildo Costa de Oliveira, o “Pelado”, na região do Vale do Javari.
A Operação Vale do Javari, deflagrada pela Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), entre os municípios de Atalaia do Norte e Benjamin Constant, no interior do Amazonas, trouxe a identificação real do “Colômbia”. Ruben Dario da Silva Villar é cidadão colombiano e, segundo a PF, utilizava documentos falsos, como carteira de identidade brasileira, documento de identidade peruano, documentação indígena, dentre outros.
Apontado como financiador de facção criminosa dedicada à prática da pesca ilegal na região do Vale do Javari, “Colômbia” seria também chefe da principal rede responsável por comercializar pirarucus, tracajás e carnes de caça que seriam vendidos na região de fronteira do Vale do Javari com Peru e Colômbia. A região possui a constante presença do narcotráfico e da pesca ilegal que se retroalimentam.
Além dos sete mandados de prisão, outros 10 de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Atalaia do Norte e Benjamin Constant, distantes mais de mil quilômetro de distância de Manaus.
No começo de julho, “Colômbia” e Amarildo foram transferidos da carceragem da Delegacia de Polícia Federal de Tabatinga até Manaus, por suspeita de que na região uma fuga poderia ser facilitada. Duas semanas depois, o irmão de “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, também foram trazidos à capital, onde todos se encontram atualmente.
A ligação de “Colômbia” com o crime de pesca ilegal e o duplo homicídio, no Vale do Javari, tem sido levantada pela União dos Povos Indígenas (Univaja) e relatada pela REVISTA CENARIUM desde o começo das investigações. A Univaja chegou a enviar documentos para o Ministério Público Federal (MPF) e demais órgãos de controle com fotos e provas de ameaças sofridas por servidores e membros da associação por parte dessa quadrilha.
O berço dos crimes, no Rio Solimões, é de floresta densa e caminhos fluviais perigosos, o que facilita a ação criminosa para os envolvidos com a prática e que moram na região e já são familiarizados com os caminhos e atalhos dos rios.
O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Marcus Vinícius Oliveira de Almeida, afirmou, no fim de julho, que existe um planejamento para a criação de, pelo menos, cinco novas bases de operações nos rios.
Compartilhe:
Comentários