CBA busca impulsionar manejo agroflorestal no interior do AM

Cooperativa busca incentivos para cadeia de fibras vegetais no AM (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Em uma iniciativa fundamental para garantir que produtores e comunidades locais trabalhem com fibras vegetais e possam se desenvolver de forma plena e consolidada, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) reuniu, no início do mês de março, parceiros como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti-AM) e a empresa Tutiplast na busca por induzir a cadeia produtiva no Novo Remanso e região, no Amazonas, e garantir que fibras consideradas nobres, como o curauá, possam ser cultivadas e passem a ser produzidas em larga escala para atendimento a demandas industriais que necessitam de grandes quantidades da planta para o desenvolvimento de diversos produtos.

A proposta do CBA é trabalhar em conjunto com os demais atores da região de forma a contribuir para que os avanços da biotecnologia na área vegetal atrelado às melhores práticas de manejo agroflorestal, investimentos privados e apoio do setor público possam surtir resultados promissores e atrair a mão de obra que hoje já trabalha em comunidades tradicionais para diversificar suas culturas e introduzir o curauá como mais um potencial produto ofertado na região.

Cooperativa busca incentivos para cadeia de fibras vegetais no AM (Divulgação)

Durante a reunião ocorrida na sede do CBA, o gestor do Centro, Fábio Calderaro, comentou sobre o potencial do setor primário e como é importante realizar ações que possam gerar conexões com setores da economia local. Um dos exemplos citados por Calderaro foi o setor termoplástico, que muito tem plenas condições de se conectar e contribuir para o avanço de segmentos da bioeconomia, especialmente pela possibilidade de integrar insumos da biodiversidade local a biopolímeros e bioplásticos, compondo suas linhas de produção.

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“Recebemos muitas visitas de empresas interessadas em incorporar o curauá em seus compósitos poliméricos, mas falta produzirmos mais a planta na região para gerarmos as fibras. Esse é um desafio até mesmo para o desenvolvimentos dos protótipos no CBA. Sabemos o quão resistente e multifuncional a fibra do curauá é e temos de nos aproveitar da vantagem comparativa de se produzir na região para adensarmos esta cadeia produtiva tão relevante”, disse o gestor do CBA.

Participação do estado

O representante da Sedecti-AM nas conversas promovidas no CBA, José Sandro da Mota Ribeiro, comentou o trabalho que foi realizado anos atrás com o curauá e que despertou o interesse de diversas empresas nacionais e internacionais, sempre com o desafio da falta de oferta de fibras vegetais para a utilização em escala industrial. Com a atual demanda do CBA, ele informou que a Sedecti-AM procurou os produtores das comunidades do Novo Remanso e tem buscado promover as melhores condições de se avançar com a cultura do curauá em consórcio com as culturas locais de abacaxi, até para aproveitar que o abacaxi é um “primo” do curauá e os protocolos de cultivo são muito parecidos.

Interesse privado

Já por parte da Tutiplast, fica claro o interesse empresarial em desenvolver atividades cada vez mais sustentáveis, especialmente com a possibilidade de integrar insumos da biodiversidade amazônica em suas linhas fabris. A iniciativa é atuar para possibilitar e avançar no cultivo do curauá na região, utilizar a produção para a obtenção das fibras e transformá-la em polímeros de alta qualidade, em conjunto com a Compol, parceira institucional da empresa.

“É um propósito dos donos da Tutiplast promover esse desenvolvimento e ter essa responsabilidade social e sustentável. A diretoria da empresa afirmou, por diversas vezes, que é preciso contribuir com a sociedade local, ajudar no desenvolvimento e deixar um legado para a região”, comentou Emanuel Bortolini, controlador da Tutiplast.

Ele ainda pontuou que o uso da fibra com certeza é importante, mas como o curauá pode ser aproveitado como um todo, sem desperdício de nenhuma parte da planta, isso faz com que se possa utilizar cada parte do que será cultivado e produzido em campo, destacando ainda mais o caráter sustentável da iniciativa.

Agenda intensa
As tratativas realizadas no CBA foram um complemento de uma primeira agenda ocorrida em campo, nas comunidades do Novo Remanso, localidade situada no município de Itacoatiara, distante quase 200 quilômetros da capital Manaus. Nesta agenda, um pesquisador do CBA especialista na atividade que trata a biotecnologia vegetal verificou as condições locais para o cultivo do curauá, além de entender melhor quais práticas têm sido utilizadas pelos produtores locais.

Nova visita à região foi realizada na sexta (10) por representantes tanto do CBA, quanto dos demais atores que buscam alavancar a cadeia de fibras da região.

(*) Com informações da assessoria

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