Cientistas sociais da Universidade Federal do Amazonas debatem o Brasil pós-eleição em 2022

A iniciativa é do Departamento de Ciências Sociais da Ufam e parceria com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs). (Mencius Melo / CENARIUM)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Professores, estudantes e pesquisadores das ciências sociais se reuniram durante a “XIV Semana de Ciências Sociais”, no auditório Rio Negro, no Instituto de Filosofia Ciências, Humanas e Sociais (IFCHS), setor norte do Campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para discutir as ciências sociais e o Brasil. O evento “que se encerrou nesta sexta-feira, 16, debateu “O Brasil Pós-Eleição: a Reconstrução Democrática e os Desafios das Ciências Sociais”.

Para a presidente do Centro Acadêmico de Ciências Sociais, Aline Paiva, é preciso reconstruir a democracia no Brasil (Mencius Melo/CENARIUM)

O painel é um panorama sobre o presente e o futuro do país à luz da experiência política dos últimos quatro anos e o porvir do novo governo. A iniciativa é do Departamento de Ciências Sociais da Ufam e parceria com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs). De acordo com Aline Paiva, presidente do Cacs, “Trazer de volta a necessidade de discussão sobre a necessidade de reconstruir nosso país democraticamente após um período em que sentimos que as instituições começaram a falhar”, adiantou.

Ainda de acordo com Aline, são 35 anos de Ciências Sociais na Ufam. “São anos de sobrevivência. É um curso que sofre com preconceitos com certas marginalizações. Que não tem o prestígio que ele merece porque é um curso basilar para a sociedade”, criticou. “Somos sobreviventes inclusive de um período em que fomos duramente atacados e nossa perspectiva de futuro é que o curso seja valorizado com investimentos para poder responder às demandas da sociedade”, destacou.

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Professoro do departamento de ciências sociais, Tiago Jacaúna acredita que o diálogo deve prevalecer com o novo governo (Mencius Melo/CENARIUM)

Trocas

Convidado para o evento, o professor Rodrigo Chagas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) veio para intercambiar conhecimento com o departamento de Ciências Sociais da Ufam. Para o cientista é fundamental que as ciências produzidas na região amazônica se comuniquem. “Temos que fortalecer as redes de apoio mútuo para andarmos com os nossos próprios pés porque muitas pesquisas que são sobre a Amazônia são feitas por cientistas de fora que levam para fora essas informações”, observou.

Presente ao evento com mais 21 representantes da UFRR, Rodrigo Chagas reforça o entendimento sobre o conhecimento produzido na região. “Temos que construir um ‘eixo amazônico’ aqui porque ninguém melhor que os pesquisadores que estão aqui, vivendo os dilemas da região para lidar com essas questões. É fundamental para as ciências sociais brasileiras que os pesquisadores da Amazônia tratem seus problemas com a densidade de quem vive os problemas na Amazônia. O olhar próprio é fundamental”, classificou.

O professor Rodrigo Chagas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) defende o intercambio entre as universidades amazônicas (Mencius Melo/CENARIUM)

Professor do departamento de Ciências Sociais, Tiago Jacaúna fez uma reflexão. “As ciências sociais sempre sofreram pressões por conta de seu papel social. Politicamente é um curso crítico, mas, temos o que comemorar”, avaliou. “Temos que lutar para manter o curso, não só o curso, mas a própria universidade”, apontou. Otimista, Tiago acredita que o novo governo trará um alento. “Acredito que vamos voltar a dialogar com o governo e isso já um avanço, vamos discutir nossas pautas e voltar a demandar o governo via nossas entidades representativas. Vamos recuperar a democracia”, comentou.

O curso

O curso de Ciências Sociais da UFAM, criado em 1987, é resultado de um projeto antigo do Departamento de Ciências Sociais, vinculado ao Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), no sentido de abrigar dentro da Universidade um curso que se preocupasse especificamente com a problemática e o pensamento social na Amazônia, além de formar profissionais capazes de atuar diretamente nesta área do conhecimento.

Estudantes, professores e pesquisadores na plateia dos debates sobre o Brasil pós-eleições, na Ufam (Mencius Melo/CENARIUM)

Desde então, o curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) vem cumprindo esse papel com muita dedicação, sendo que, desde sua fundação já contribuiu para a formação de inúmeros Cientistas Sociais que, após a criação dos programas de pós-graduação em Sociologia e Antropologia, puderam, também, se formar Mestres e Doutores.

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