Com proximidades das festas de fim de ano, especialistas alertam para precauções contra Covid-19

Máscaras são recomendadas para evitar a disseminação da Covid-19. (Reprodução/ Prefeitura de Avaré/SP)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — A proximidade das festividades de fim de ano e o aumento de casos de Covid-19 no Amazonas deixam o sistema de Saúde do Estado, assim como especialistas, em alerta, mesmo que não haja, ainda, a necessidade de se ter “extrema cautela”. À REVISTA CENARIUM, profissionais da área da Saúde destacam quais medidas devem ser tomadas para evitar o descontrole do coronavírus nesta época do ano.

Na semana passada, o secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, alertou que o Estado se prepara para uma nova onda da Covid-19, com o aumento de casos e internações em decorrência da doença nos próximos 60 a 80 dias. Ele declarou, ainda, que essa será a terceira onda apenas neste ano.

Epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jesem Orellana afirma que neste momento não há indícios claros de que Manaus ou o Amazonas estejam na condição de grande centro produtor e disseminador de casos de Covid-19 no País, embora a notificação de casos e internações tenha aumentado substancialmente nas últimas semanas. Segundo o especialista, é preciso ter “controle” sobre o vírus.

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Isto não significa que o cenário epidemiológico tende, necessariamente, a melhorar. Ao contrário, se deixarmos o vírus a vontade, ele tende a aumentar seu espalhamento e, com isso, agravar o desfavorável cenário sanitário“, afirma ele, elencando também quais as medidas necessárias para “frear” a disseminação descontrolada da doença neste período do ano.

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Profissional de saúde em leito hospitalar. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Primeiro ponto, evitar frequentar aglomerações, sobretudo onde não seja possível conhecer o status vacinal contra a Covid-19 [especial da dose de reforço] ou onde sabidamente as pessoas estão sem máscara e potencialmente infectadas. O ideal é frequentar ambientes abertos ou adequadamente ventilados e com reduzido número de pessoas, onde se possa garantir, com razoável segurança, que não há pessoas com sintomas gripais ou grupos sabidamente de risco para doença grave ou até mesmo morte por Covid-19“, explica Orellana.

Nova subvariante

Também na semana passada, a Fiocruz afirmou que o aumento de casos de Covid-19 no AM está associado à subvariante BA.5.3.1, identificada no Estado em junho deste ano, e que correspondeu a 94% dos casos no Amazonas no período analisado até 21 de outubro.

O infectologista Nelson Barbosa explica que subvariante não está causando casos graves, mas já se percebe que tem alta transmissibilidade. “Nós não precisamos ter uma cautela extrema, porque a maioria dos casos que estão ocorrendo com essa nova variante em todo o Brasil são casos leves a moderados. As pessoas que estão evoluindo para um quadro grave são as que tem alguma comorbidade ou comprometimento da imunidade“, declara.

Vacinação

Barbosa adiciona, ainda, que mesmo sem a necessidade de extrema cautela, a vacinação, principal arma para evitar o agravamento do coronavírus, deve ser incentivada. “O que as autoridades têm que incentivar é a vacinação. Porque em todo o Brasil são mais de 69 milhões que não tomaram nem a terceira, nem a quarta dose. Aqui [no Amazonas], tem mais de 700 mil que não voltaram para tomar nem a terceira, nem a quarta dose“, alerta ele.

Na última sexta-feira, 11, o Boletim Epidemiológico da Covid-19 no Amazonas apontou que 96% dos pacientes hospitalizados por Covid-19 em Manaus, nos últimos 14 dias, não possuíam esquema vacinal atualizado.

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Vacinação é solução para evitar agravamento da Covid-19. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

No período, foram hospitalizados 157 pacientes, sendo 132 com idade elegível para vacinação contra a Covid-19, 3 anos ou mais até o dia 8 de novembro. Desses 132 pacientes internados, 96% (127) não possuíam o esquema vacinal atualizado, incluindo a aplicação de doses de reforço.

Ainda dos 132 pacientes, 30% (39) pacientes não tinham tomado nenhuma dose da vacina, 5% (6) não informaram o status vacinal, e 65% (87) tomaram pelo menos uma dose da vacina. Ainda entre os que tomaram uma dose da vacina, 95% (83) também não tinham esquema vacinal atualizado.

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