Conferência da ONU para mudanças climáticas teve onda de protestos, no Egito

Ativistas realizam protesto dentro do espaço reservado à COP27, em Sharm el-Sheikh (Joseph Aid/AFP)
Da Revista Cenarium*

SHARM EL-SHEIKH – Foi um sábado, 12, de protestos na COP27, a conferência da ONU para mudanças climáticas, que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito – um País em que manifestações são proibidas.

Em meio aos relatos de monitoramento e assédio contra a sociedade civil, diversos grupos se uniram pedindo justiça climática, sob o slogan de “ainda não estamos derrotados”.

Assim como as passeatas nas sextas, as marchas de sábado também são conhecidas das COPs. Como parte do Dia Mundial de Ação, os manifestantes costumam sair às ruas dos locais que sediam as conferências climáticas.

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Mas não foi dessa vez que isso aconteceu no Egito. A grande passeata teve que ser feita dentro dos portões do complexo que abriga a conferência climática.

A situação tem sido tensa na COP27 para a sociedade civil. Há diversos relatos de constrangimentos em relação à liberdade de expressão, algo que já era temido antes do início da conferência — e que acabou concretizado.

Também esteve presente na marcha, a britânica-egípcia Sanaa Seif, irmã do ativista Alaa Abd el-Fattah, prisioneiro político que está em greve de fome e de água. Nos primeiros dias de COP, Seif foi constrangida por Amr Darwish, membro do parlamento egípcio, que chegou a iniciar uma confusão e foi retirado do prédio por seguranças do evento. O político questionava a ideia de el-Fattah ser um prisioneiro político.

Durante a manifestação, Seif carregava, junto a outros manifestantes, uma faixa em árabe que dizia: “Não há justiça climática sem direitos humanos”. A tradução foi feita por meio do Google Tradutor.

Essa não foi a única manifestação do dia.

Do lado externo do local onde ocorre a conferência, o Pan African Climate Justice Alliance também protestou. A marcha do grupo estava cercada por um longo cordão policial, com tamanho, provavelmente, não muito distante do número de manifestantes presentes.

Sob o sol do deserto e cercado por pistas e pela polícia, sem a presença de outras pessoas que não os próprios manifestantes, o grupo também pedia por justiça climática — e não estava muito satisfeito pelo local que lhes foi designado para o protesto.

“Ao menos, temos o direito de falar”, diz Eugene Ndiboti, um dos manifestantes presentes. “Nós queremos aproveitar, apesar de estarmos marchando no deserto”.

(*) Com informações da Folhapress
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