Confusão entre deputados do PL quase termina em agressão no Pará
Os deputados Coronel Neil (à esquerda) e Rogério Barra, ao lado do pai, deputado federal Eder Mauro (Foto: Divulgação)
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30 de novembro de 2023
Madson Sousa – Da Revista Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – Durante sessão extraordinária na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), nessa quarta-feira, 29, os deputados do Partido Liberal (PL) Rogério Barra e Coronel Niel trocaram acusações e quase partiram para agressão física no plenário. O embate ocorreu durante a votação sobre vetos do Governo do Pará e o pedido de empréstimo de R$5,3 bilhões para obras e investimentos em infraestrutura, mobilidade, segurança pública, saúde, ciência e tecnologia.
O deputado Coronel Niel chegou a afirmar que foi agredido pelo colega dentro do plenário da Alepa. Um vídeo mostra o momento em que Barra passa pelo colega e joga um beijo, em tom de provocação. Niel revida e ameaça empurrar o parlamentar.
“Ele passou aqui e me bateu, encostou em mim, então eu quero que seja registrado nos autos, e também vou encaminhar, por escrito. E outra coisa ele disse que o pai dele me indicou para o Incra [Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária], mas até onde eu sei, o presidente era o Bolsonaro, então não vou me trocar porque tenho educação”, disse o deputado Coronel Niel.
O voto do deputado Coronel Niel, favorável à proposta de empréstimo, iniciou as provocações e bate-boca no plenário. “Ainda tem gente do PL que se elegeu com as bandeiras do Bolsonaro e vem aqui justificar, entregar R$14 bilhões para o [governador Helder] Barbalho, porque já aprovou todas as outras pactuações de crédito e agora soma mais essa de R$5 bilhões”, acusou Rogério Barra.
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O deputado estadual, filho do deputado federal Eder Mauro (PL-PA), usou a tribuna para levantar suspeitas de enriquecimento ilícito do colega. “Foi o meu pai que te indicou para o Incra, porque você estava chutando lata depois de não ter sido eleito, agora não sei o que você fez lá, porque conseguiu quitar seu apartamento, aumentar seu patrimônio e muita coisa foi adquirida nesse período”, acusou.
Para se defender, o deputado Coronel Niel justificou que é favorável ao empréstimo porque, segundo ele, seria interessante para bairros periféricos de Belém, capital do Pará, e disse que Rogério Barra é “um menino” que não tem projeto. “Tem gente que nem era nascido ou usava fralda quando o canal São Joaquim [considerado o maior canal urbano de Belém] foi feito. O [bairro] Água Cristal vai ser beneficiado também e acho que ele nem deve saber o que é, então vai lá visitar, tira o pé do teu carro blindado e ver o que a população passa”, retrucou.
“Ele me chamou de novinho, mas se não fosse esse novinho, ele nem estaria aqui, se ajoelha e toma a benção desse novinho”, provocou Rogério Barra.
O presidente da Alepa, Chicão (MDB), pediu que os parlamentares mantenham o decoro. “Eu peço que os colegas mantenham a postura, que o povo do Pará certamente espera de quem representa a população”.
Racha
Não é a primeira vez que os deputados do PL no Pará trocam farpas públicas e expõem as divisões internas. Em setembro, Rogério Barro e Aveilton Souza discutiram no plenário, após a negativa do título de cidadã paraense para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Você é verde por fora e vermelho por dentro. Se não fosse Jair Messias Bolsonaro te dar um cargo no sul do Pará, você nem estaria aqui”, provocou Rogério Barra.
“Esse colega não contribui em nada no meu mandato e não posso contar com ele para nada, embora seja do meu partido. Esse partido nunca foi grato comigo e o PL se negou, inclusive, de ser presidente da comissão provisória do município de Marabá”, afirmou na época Aveilton Souza. O PL no Pará é comandado pelo deputado federal Eder Mauro, pai de Rogério Barra.
Aliados
Agora opositores do governador Helder Barbalho (MDB), os deputados Eder Mauro e Rogério Barra já estiveram no mesmo palanque que o mdbista. Em 2019, na época presidente do antigo PSL no Pará, Rogério Barra, assumiu a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos.
Rogério Barra ficou no cargo até maio de 2020, no auge do embate entre o então presidente Jair Bolsonaro e governadores sobre medidas emergenciais na pandemia de Covid-19. O delegado e deputado federal Eder Mauro sempre demonstrou um discurso alinhado com o do presidente então Jair Bolsonaro sobre a flexibilização da quarentena e da retomada econômica, discurso oposto ao de Helder Barbalho.
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