Conitec aprova inclusão de primeiro medicamento contra a Covid-19 no SUS

Sede do Ministério da Saúde, em Brasília (Aílton de Freitas/Infoglobo)

Com informações do InfoGlobo

BRASÍLIA — A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) deu aval nesta quarta-feira para a incorporação do baricitinibe no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da Covid-19. É o primeiro remédio aprovado pelo órgão contra a doença. Cabe ao Ministério da Saúde tomar a decisão final, já que o comitê tem caráter consultivo.

A análise final veio em reunião extraordinária nesta quarta, após a consulta pública que colheu contribuições da sociedade. A Conitec já havia dado parecer inicial favorável à inclusão do fármaco. Agora, a discussão do tema segue para a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE).

PUBLICIDADE

A indicação do medicamento é para pacientes adultos internados que necessitam de oxigênio por máscara ou por cateter nasal ou, ainda, de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. O fármaco é vendido sob o nome comercial Olumiant pela Eli Lilly no Brasil.

“Nós da Lilly estamos muito contentes em poder oferecer uma opção de tratamento que pode ajudar a salvar vidas e enfrentar a pandemia de COVID-19 no país. A Lilly está pronta para atender às necessidades do governo de forma imediata”, afirmou ao GLOBO o diretor de Assuntos Corporativos & Regulatório da Eli Lilly, Orlando Silva.

A Anvisa aprovou o baricitinibe para a Covid-19 em setembro do ano passado. Para receber o aval para a nova indicação, a empresa Eli Lilly do Brasil Ltda. apresentou dados que sustentaram a eficácia e a segurança do medicamento para essa finalidade. O Food and Drug Administration (FDA), órgão regulatório norte-americano, também autorizou o medicamento.

Estudo com pacientes graves com Covid-19 mostrou que o anti-inflamatório diminuiu em 38% a letalidade entre infectados. O trabalho, patrocinado pela farmacêutica, foi conduzido em 12 centros clínicos de todo o Brasil. Ao todo, 1.525 voluntários participaram no País.

O baricitinibe age, primordialmente, no controle do processo inflamatório provocado pelo coronavírus. É um inibidor de determinadas enzimas envolvidas na comunicação de células, na inflamação e na função imunológica do corpo, segundo dados divulgados pela agência sanitária. Antes, já era utilizado em quadros moderado e grave de artrite reumatoide e de dermatite atópica.

“Com a incorporação de Olumiant (baricitinibe), a expectativa é de que, em breve, o tratamento possa estar disponível gratuitamente no mercado público para os brasileiros hospitalizados por Covid”, diz a nota da Lilly.

Ao todo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou o uso de oito medicamentos contra a Covid-19, mas dois foram suspensos temporariamente na última segunda e um teve a liberação revogada em fevereiro.

Nenhum deles está disponível na rede pública para a doença, como mostrou O GLOBO. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse à Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado que não é possível incluir no SUS todos os medicamentos contra a Covid-19 com aval da Anvisa.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.