Crea-AM aponta inconsistências em viaduto na zona Norte de Manaus

Laudo técnico sobre o viaduto do Manôa foi entregue nesta terça-feira, 9, ao vice-prefeito Marcos Rotta (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Quase três meses depois de inaugurado pela gestão anterior, o Complexo Viário do Manôa segue interditado pela Prefeitura de Manaus e sem previsão de entrega. Nesta terça-feira, 9, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) entregou o laudo técnico sobre a estrutura da obra construída pelo Consórcio Manaus, elaborado por um Grupo de Trabalho.

Diversas inconsistências foram apontadas no laudo produzido pelos técnicos do conselho. O material foi entregue nas mãos do vice-prefeito e secretário de Infraestrutura, Marcos Rotta, para que as recomendações possam ser sanadas e o viaduto seja entregue com segurança para a sociedade.

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Falhas

De acordo com o coordenador adjunto do Grupo de Trabalho do Crea-AM, Frank Albert, verificou-se que: houve falhas nos preceitos básicos das boas práticas de engenharia, no que diz respeito às normas pertinentes à execução e controles necessários às estruturas de concreto armado.

“O desnivelamento existente nos encontros das lajes tabuleiros, demonstra ter havido falhas no levantamento topográfico, que poderia ter sido resolvido no momento oportuno e não ter sido levado adiante esta etapa da obra, antes que esta questão fosse solucionada”, observou o profissional.

“A inclinação das rampas de acesso ao viaduto está em desacordo com parâmetros mínimos definidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), além de outros itens relacionados ao processo executivo e as evidências da existência de certos controles”, explicou o engenheiro Albert.

Viaduto foi entregue no dia 31 de dezembro de 2020 e interditado no dia seguinte a inauguração (Reprodução/Internet)

O secretário da Seminf, Marcos Rotta, ressaltou que ainda nesta semana se reúne com os representantes do consórcio Manaus para falar sobre as recomendações do Crea-AM para que a melhor solução seja adotada pelas empresas responsáveis, para que a obra seja entregue o mais breve possível.

Tobogã

“Não precisa ser engenheiro, técnico, nem especialista na área para perceber que ali existe um desnível acentuado, inclusive o viaduto, em termos de chacota, foi apelidado de tobogã. Nós fornecemos a documentação que o conselho solicitou sobre questões de projetos, medições, ensaios, produtos que foram ali colocados, enfim, trouxemos ao Crea-AM todas as informações agora vamos seguir as orientações para que o mais breve possível essa obra seja entregue”, explicou o vice-prefeito.

Técnicos do grupo de trabalho entregando o laudo sobre o viaduto do Manôa (Ricardo Oliveira – Revista Cenarium)

Reparos

Entre as recomendações feitas pelo Crea-AM estão: disponibilizar os relatórios de ensaio de compressão, módulo e flexo-tração referentes ao concreto do tabuleiro; não executar recapeamento com espessura inferior as 100mm, sob o risco de haver desplacamento da camada; executar berços amortecedores nas juntas elásticas; executar uma revisão na concordância das cabeceiras do viaduto, a fim de minimizar o desconforto que será causado aos usuários e realizar reparos nas juntas de concretagem com metodologia adequada.

Arthur responde

Quanto ao laudo pericial apresentado sobre a construção do complexo viário Isabel Victoria, na entrada do Manôa, a assessoria do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto esclarece que a inclinação do viaduto teve como parâmetro técnico a variação entre o nível da pista (a avenida Max Texeira que apresenta uma curvatura ao longo do trecho) e o nível do próprio viaduto para estabelecer o encaixe das duas cabeceiras.

A assessoria ainda informa que foram realizados todos os cálculos de engenharia necessários para obedecer aos critérios de segurança. Ainda nessa questão, vale deixar claro que o projeto foi feito por uma equipe técnica de engenheiros e calculistas contratados pelo próprio Consórcio que venceu a licitação da obra, inclusive com especialistas vindos de fora, posteriormente também aprovados pelos técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).

Sobre os divisores de pista é preciso esclarecer que, conforme a proposta para modernização da mobilidade urbana de Manaus, a faixa central foi destinada ao tráfego dos veículos do transporte coletivo, tornando apenas necessária a sinalização de faixas com tachões, por ser uma pista segregada.

Estranha-se o fato de não constatarem as juntas de dilatação e os drenos do complexo viário, já que ambas exigências foram executadas e comprovadas em vistoria, conforme é possível verificar em fotografias anexadas. Além do mais, qualquer ajuste ou adaptação necessária à obra está prevista no contrato junto às empresas, ainda vigente, e uma vez que foi feito apenas o recebimento parcial da estrutura.

Por fim, a assessoria do ex-prefeito Arthur Neto reafirma o compromisso de sua gestão com os avanços em urbanismo e mobilidade, por meio da realização do maior pacote de obras já feito por uma gestão municipal, que entregou outros dois complexos viários, além de novos terminais, estações de transferência, novos ônibus e realizou o completo recapeamento dos principais corredores viários da capital, além de vias de interligação dentro dos bairros.

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