Cultura de queimar lixo contribui para poluição do ar e pesquisador faz alerta

Qualidade do ar é prejudicada em virtude da queima irregular de resíduos. (arte: REVISTA CENARIUM)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Na semana do Meio Ambiente, a REVISTA CENARIUM preparou uma série de reportagens que, entre seus objetivos, busca alertar a população e cobrar fiscalização por parte do poder público. Nesta matéria, o tema é poluição do ar.

Além de ser agravado com alta circulação de veículos e com o aumento da produção industrial, em Manaus, segundo o professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Dr. Adan Medeiros, a poluição do ar ocorre, ainda, por meio do lixo queimado pela própria população, nas residências, e que pode afetar o meio ambiente e a saúde de todos.

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Segundo o pesquisador, a queima de lixo ainda é vista ainda como uma cultura da população, principalmente, àqueles que vivem em lugares adjacentes à mata, e que o coletor de lixo não passa com regularidade.

Professor dr. Adan Medeiros. (Arquivo pessoal)

“Algo que eu teclo muito é que ainda temos uma cultura muito grande de queimar o lixo, algo que é um pouco mais simples de ser mitigado. Muitas vezes, a população mora em áreas adjacentes à floresta e essa queima de lixo pode atingir uma área de floresta e caracterizar algo maior”, pontou.

De acordo com o artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605, de 1993, causar poluição de qualquer natureza que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, é tipificado como crime.

Um exemplo da infração, é a queimada de lixo doméstico, que destrói a vegetação, emite poluição e pode causar incêndio e a morte de animais nas redondezas.

No mês de maio, o projeto Atlas ODS Amazonas do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) mostrou que houve uma queda de 64% nos níveis de material particulado (poluição do ar) na área urbana de Manaus, em consequência da diminuição das atividades industriais e da mobilidade urbana, durante o isolamento social.

No entanto, com a reabertura gradual do comércio, Medeiros, um dos pesquisadores à frente do estudo, alerta para o agravamento do índice e o retorno dos poluentes no período em uma semana.

“Talvez com a volta do comércio possa se agravar, ainda que moderado, as concentrações de alguns poluentes. Eventualmente, com a volta total do comércio, esperamos uma volta completa dos níveis anteriores ao decreto governamental”, enfatizou.

Entre os problemas causados pela poluição gerada pela queima de lixo caseiro, estão os respiratórios. Segundo o pesquisador, o poluente não chega somente à população da capital, mas também, às regiões metropolitana, que acaba sendo a mais afetada.

“Parte da poluição do ar que gerada em Manaus, o vento carrega para municípios como Iranduba e Manacapuru, por exemplo. Ainda tem esse agravante, muito do que é queimado aqui, não é respirado somente aqui, mas em outras cidades também”, enfatizou.

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