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Líder de emissão de CO2 na Amazônia, Pará adere à campanha para zerar gases do efeito estufa
Brasil tem baixa de 8% nas emissões de gases do efeito estufa em 2022, diz Observatório do Clima (Reprodução/Greenpeace)
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05 de agosto de 2021
Danilo Alves – Cenarium
BELÉM/PA – Conforme pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), publicada na revista “Nature”, o Sudeste do Pará é considerado o ponto com mais emissão de dióxido de carbono (CO2) e menor absorção da substância tóxica.
Segundo o estudo, a Amazônia brasileira foi responsável por lançar 1.06 bilhão de tonelada de CO2 para a atmosfera por ano em queimadas e desmatamento em um período de oito anos. Apenas 18% das emissões por queimada estão sendo absorvidas pela floresta. Com o objetivo de eliminar a produção de gases que provocam o efeito estufa, o governador do Pará, Helder Barbalho, assinou acordo de adesão do Estado à campanha Race to Zero (“Corrida para o Zero”), movimento das Nações Unidas para conter o aquecimento global até 2050.
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O Estado foi o primeiro entre os que compõem a Amazônia Legal a aderir ao programa. A reunião foi realizada, na última quarta-feira, ente o governador, o embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, e o presidente da COP26, Alok Sharma. Os objetivos da campanha pretendem ser almejados através da intensificação de ações de descarbonização, atração de investimentos para negócios sustentáveis e para a criação de empregos verdes. Atualmente, cerca de 30 diferentes regiões no mundo participam da campanha.
“É fundamental que nós possamos fazer uma mudança analógica econômica, do modelo em que conflitua com a sustentabilidade e passa para o modelo que gere o desenvolvimento com equilíbrio com a floresta e, acima de tudo, buscando alternativas, como a bioeconomia, para aproveitar da maior biodiversidade que a floresta amazônica possui para ações agroflorestais, seja a indústria de fármacos, de cosméticos, também de biocombustível, gerando emprego e renda para os amazônidas”, disse o governador Helder.
No Race to Zero, o Pará se juntará a outros Estados de diferentes países do mundo que já integram a campanha, como Califórnia, Nova Iorque, Havaí e Washington, nos Estados Unidos; Catalunha, Madrid e Navarra, na Espanha. Há, ainda, Estados da Suécia, Austrália, Reino Unido, Canadá, Alemanha e Bélgica. No Brasil, o Pará se juntou à campanha com Pernambuco e São Paulo.
O Pará já possui um programa de política pública chamado de “Amazônia Agora”, que tem como objetivo central cortar em 86% as emissões de GEE do Pará até 2036. O ambientalista Luís Falcone explicou que quando grandes frentes políticas aderem à missão em prol da sustentabilidade, mais oportunidades e divulgação provocam mudanças no comportamento da sociedade.
“A devastação de florestas e queima de árvores são consequências da ação humana, por isso cabe aos gestores públicos de grandes nações encontrarem soluções, principalmente educativas, para que o futuro esteja garantido. O Pará, mesmo com 3416.32 km² de áreas desmatadas só no primeiro semestre deste ano, ainda pode servir de exemplo de recomeço para as demais regiões”, disse.
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