Desenho ‘Mundo Bita’ lança personagem com transtorno do espectro autista

Léo, novo personagem do Mundo Bita, é autista (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Léo tem 8 anos, vai à escola e tem colegas que fazem questão que ele participe das atividades. Alguns tipos de barulhos e luzes o incomodam, então ele usa um abafador de ouvidos e algumas tarefas precisam ser adaptadas para que ele se sinta confortável. Ah, Léo tem transtorno do espectro autista (TEA).

O garoto é protagonista do episódio 10 da segunda temporada da série “Mundo Bita – Imagine-se”. Os novos episódios estreiam, no dia 2 de abril, na Max, e começam a ser veiculados no mesmo dia, às 14h, no Cartoonito.

Homem jovem está de pé, com fones e olha para a tela do computador, de frente para um microfone
O dublador Nikolas Darsaclis, autista, dubla personagem Léo, do Mundo Bita, também autista – Divulgação

O episódio de Léo — chamado “Todo mundo é diferente” — também vai estar disponível livremente no canal do YouTube do Mundo Bita.

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“Inclusão e diversidade já estão presentes na nossa música e obra. O Léo é um personagem que vem para falar dos temas com propriedade: a gente preferiu falar do autismo mostrando uma pessoa autista e a relação dela com outras personagens do Mundo Bita. O próprio fato de o Léo estar junto com elas é uma forma de mostrar essa diversidade de crianças”, diz Chaps, criador e um dos sócios da produtora responsável pelo desenho.

A ideia é que Léo entre para o rol de personagens do Mundo Bita e possa “servir de âncora para o entendimento das diferenças” como um todo, afirma o criador.

Como disse Chaps, Léo fala com propriedade. Mas é mais que isso: ele fala literalmente com propriedade, já que o dublador do personagem é, também, um jovem autista.

Nikolas Darsaclis, 18, que terminou a escola no ano passado, já fez cursos de dublagem e teatro. Desde 2021, atuou em outros trabalhos, como “Super Mario Bros. – O Filme” (fez o torcedor do Donkey Kong), “Pequenos Confeiteiros” e “Lilo, Lilo, Crocodilo”.

Dublagem é seu hiperfoco, um interesse intenso e específico que muitos autistas têm por determinados temas, algo que os absorve durante horas e se impõe em boa parte das conversas do dia a dia.

Até 4 anos e meio de idade, Darsaclis falava apenas palavras soltas. Sempre gostou de animações e, até hoje, às vezes encaixa trechos de diálogos que ouviu nas animações em conversas reais que tem.

O dublador diz que o que mais gostou em Léo “é que ele pode fazer novos amigos”. “Não era muito fácil fazer amigos [na escola], era difícil eu me enturmar”, conta.

Olhando para frente, Darsaclis pretende continuar trabalhando como dublador e deseja poder, em breve, dublar um filme ao lado de algum “startalent” — alguém famoso que dá a voz a um personagem.

(*) Com informações da Folhapress
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