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Desmatamento em Roraima aumenta 115% em um ano, aponta Imazon
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20 de abril de 2023
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium
BOA VISTA (RR) – O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nesta quinta-feira, 20, dados sobre o desmatamento na região amazônica. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), Roraima foi o quarto estado da Amazônia Legal com maior taxa de derrubada de floresta no primeiro trimestre de 2023.
De acordo com os dados, Roraima desmatou uma área de 28 km², apresentando um alarmante aumento de 115% em relação a março de 2022, quando a área desmatada foi de 13 km². Os estados que lideram o ranking são Amazonas, com 104 km² de área devastada, Pará (91 km²) e Mato Grosso (86 km²). Por outro lado, o Amapá foi o único estado que registrou redução no desmatamento.
O município de Caracaraí desmatou mais que as outras cidades em Roraima, com uma taxa de 8 km². Para o Imazon, os números das Terras Indígenas (TIs) do estado são ainda mais preocupantes, já que em março, quatro das 10 terras indígenas mais desmatadas da Amazônia estavam em Roraima. A TI Yanomami (TIY), localizada na divisa entre Roraima e Amazonas, foi o território mais afetado pelo avanço do desmatamento. As TIs São Marcos, Raposa Serra do Sol e Santa Inês também sofreram com o avanço do desmatamento.
Vista áerea da Serra do Atolá, localizada na TI Raposa Serra do Sol. (Reprodução/CIR)
Para a pesquisadora do Imazon, Raíssa Ferreira, há uma necessidade de ações permanente nas TIs. “A volta do desmatamento na Terra Indígena Yanomami e o avanço da destruição em outros territórios dos povos originários de Roraima indicam a necessidade de ações permanentes de combate ao desmatamento nas áreas protegidas do estado. Além disso, precisamos acabar com a impunidade aos desmatadores ilegais”, disse.
Desmatamento em números
O SAD é uma ferramenta de monitoramento da Amazônia Legal baseada em imagens de satélite, desenvolvida pelo Imazon em 2008, que reporta mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.
O levantamento feito pelo SAD aponta que a devastação da floresta amazônica triplicou em março, e o primeiro trimestre de 2023 fechou com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos, totalizando 867 km² de floresta derrubada. De acordo com o Imazon, essa área é equivalente a quase mil campos de futebol de mata nativa perdidos por dia. A destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram desmatados 1.185 km² de floresta de janeiro a março.
Desmatamento na Amazônia triplica desde 2008. (Reprodução/Imazon)
Segundo o pesquisador do Imazon, Carlos Souza Júnior, os governos devem combater o desmatamento de maneira coletiva. “Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. (…) Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta.
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