Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – O vice-presidente da Associação de Magistrados do Amazonas (Amazon), Divaldo Martins, reconheceu a importância do decreto emitido pelo governador Wilson Lima (PSC), que restringe o comércio em Manaus por conta do avanço do novo coronavírus, mas lamentou o prejuízo de comerciantes.
“Devemos respeitar o decreto, mas se entende o dilema”, referindo-se a donos de lojas que precisaram fechar as portas para evitar aglomerações, um dos principais fatores do aumento dos casos de Covid-19, doença causada pelo novo vírus.
De acordo com Martins, não se pode ignorar as vítimas e as limitações do sistema público de saúde. Por outro lado, ele frisou a pressão econômica sobre os trabalhadores e pequenos empresários.
“Veja bem, chegamos a um limite que já não se sabe ao certo se é melhor fechar tudo ou arriscar a saúde para ter o ‘ganha-pão’”, ponderou o representante dos magistrados.
Para ele, a situação se agrava porque já são meses entre o pouco e o quase nada, e para milhões de brasileiros que esperavam o final de ano para faturar algo além do auxílio emergencial.
As condições de sobrevivência, lamentou Divaldo, estão indo de mal a pior. “Esses trabalhadores e pequenos empresários não tem reserva”, observou, considerando a recessão econômica pela qual passa o País.
Chancela
Ainda de acordo com o representante classista, é preciso salvar vidas, mas, ele acredita que ponderar pode ser uma alternativa. “Como entidade que segue os ditames da hierarquia, reconhecemos e respeitamos o decreto governamental até porque, ele foi chancelado pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AM), mas, à luz da ponderação, é preciso ‘temperar’ para que o remédio não comprometa ainda mais o paciente”, orientou.
Quanto aos magistrados e a segurança diante da pandemia, Divaldo Martins relatou os passos da entidade associativa, para proteger seus membros. “A Amazon se antecipou e com recursos próprios e contribuição de empresas amigas, montamos um kit básico com manual e guia de prevenção e proteção, inclusive em casos de emergência”, relatou.
Sobre os ambientes de trabalho, ele explicou. “A Amazon vem mantendo uma estreita articulação com a direção do TJAM para dotar os espaços de trabalho que devem estar de acordo com os protocolos”, pontuou. “Estamos trabalhando com três bases: prevenção, protocolo e articulação. Tudo para garantirmos a saúde dos magistrados na capital e no interior”, finalizou.
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