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Dez dias após morte de liderança indígena, familiares sofrem com fome e miséria em Mato Grosso do Sul
Márcio foi assassinado em 14 de julho, em uma emboscada no Mato Grosso do Sul (Reprodução)
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26 de julho de 2022
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Familiares do Kaiowá Márcio Moreira, liderança indígena assassinada durante emboscada em Amambaí, no Mato Grosso do Sul, “estão passando fome e em situação de miséria”. A denúncia foi feita pela Grande Assembleia Guarani e Kaiowá (AtyGuasu) nesta terça-feira, 26.
Em vídeo publicado no perfil da AtyGuasu, a mãe de Márcio, junto com as duas filhas do indígena, fala em língua nativa sobre as dificuldades que estão passando desde o assassinato do Kaiowá e pedem apoio emergencial para sobreviver, como destaca a legenda postada pela instituição.
“Urgente! A pedido da mãe e das filhas sobreviventes da liderança in memoriam Márcio Moreira, assassinado na retomada Tekoha Guapo’y Mitrim Tujury-Amambai-Ms, postamos campanha de aporte emergencial às crianças sobreviventes em situação e miséria”, consta um trecho da legenda.
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O pedido urgente acontece mais de 10 dias após a morte do líder indígena, ocasionada durante a retomada Tekoha Guapo’y Mirim Tujury-Amambai, que vem ocorrendo desde o início do ano, em conflito com fazendeiros e a Polícia Militar de MS. Márcio foi assassinado a tiros no dia 14 de julho, durante uma emboscada realizada na região próxima do local onde ocorrem os conflitos. A vítima estava acompanhado de outros quatro indígenas Kaiowá.
Apatia
Desde o início dos confrontos, há quase três meses, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou sobre os casos, apesar da pressão feita por ativistas e os povos originários da região. Nas redes sociais, indígenas e ativistas tem, constantemente, se manifestado, cobrando ações do governo federal e a cobertura da imprensa nacional, da situação que ficou conhecida como “Massacre Guapo’y”, com ataques que perduram há meses no território, como mostrou a reportagem da Revista Cenarium.
Em junho, a REVISTA CENARIUM publicou uma matéria na qual abordou os ataques aos povos indígenas e relembrou que a violência não é algo novo na região. O território já foi palco de outros casos contra um povo cansado da omissão do governo federal quanto à pauta.
“Perante estas situações, o governo é omisso, mas lembremos que Bolsonaro já tinha defendido desde o início da sua campanha que não ía demarcar nenhum centímetro de terra indígena. A situação dos parentes Kaiowá é um reflexo da não homologação das terras indígenas no Brasil. Essa diminuição faz com que nossos próprios parentes levantem as mãos e façam esse processo de retomada da demarcação, na medida em que a Funai foi sucateada“, considerou o indígena e antropólogo Tarisson Nawa, em entrevista à CENARIUM
Quem puder ajudar os familiares do Kaiowá Márcio Moreira podem realizar doações para o Pix de Tonico Benites, líder indígena, antropologista, defensor de direitos humanos brasileiro e o principal porta-voz da Aty Guasu: CPF 557.639.601-49.
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