Dia do Folclore: a valorização dos diversos elementos da cultura brasileira

Imagem com quatro elementos do folclore nacional (Reprodução/iStock/Getty Images)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA (BSB) – Na escola, numa roda de conversas ou papeando com amigos, é bem possível que, você, quando criança, ouviu histórias sobre um menino travesso de uma perna só.

O Saci adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci.

O Saci é uma figura que faz parte do folclore brasileiro. Folclore, por sinal, é o conjunto de elementos culturais de um País. A palavra foi usada pela primeira vez em 1846, no dia 22 de agosto. Em 1965, foi sancionada a lei que oficializou a data como Dia do Folclore no Brasil. E poucas pessoas pesquisaram tanto sobre a cultura brasileira quanto Luís da Câmara Cascudo.

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“Câmara Cascudo, meu avô, dedicou sua vida ao estudo e à pesquisa do folclore, denominado por ele de ‘cultura popular’. Nas suas palavras: A cultura popular é básica, de uma sabedoria ilimitada, porque vem de uma sedimentação de conhecimentos. Nada tem de escolaridade. É uma mistura de constatações no tempo e no espaço, repetidas oralmente e sempre com uma pitada do sentimento pessoal do momento. Todas as outras culturas são acessórias, ela é a principal”, comenta Daliana.

Nós acabamos de ouvir a neta de Câmara Cascudo, Daliana Cascudo. Daliana, por sinal, deve ter ouvido diversas histórias do avô folclorista. Será que uma delas foi a da mula-sem-cabeça?

Imagem com alguns seres fantásticos do folclore brasileiro (Reprodução/Ensinar História)

Nos pequenos povoados ou cidades onde existem casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Se alguém passar correndo diante de uma cruz, à meia-noite, ela também aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada.

Ou será que a pequena Daliana ouviu histórias sobre uma cidade misteriosa do Ceará?

Os habitantes de Jericoacoara, cidade do Ceará, afirmam que, debaixo do morro do farol, existe uma cidade encantada onde mora uma linda princesa. Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado, pela boca da caverna.

Enfim, Daliana, neta de Câmara Cascudo, fez questão de lembrar no Senado, na primeira edição da comenda cultural que leva o nome do avô, que ele foi um desbravador.

“Em uma época em que o folclore ainda não era reconhecido como ciência, ele foi um desbravador e um pioneiro na valorização de tudo que representa os nossos costumes e nossas manifestações populares mais autênticas. Ao prefaciar o Dicionário do Folclore Brasileiro, declarou: Assim, de mão ao peito, informo que encontrei no povo do Brasil o material deste dicionário e todas as coisas aqui registradas participam indissoluvelmente da existência normal do homem brasileiro”.

Câmara Cascudo, que faleceu em 1986, foi um dos responsáveis, por exemplo, pela divulgação da lenda do Caipora.

O Caipora é um anão muito poderoso e forte, de cabelos vermelhos, com pelos e dentes verdes. Seus pés voltados para trás servem para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos.

As lendas contadas aqui foram retiradas do livro “Lendas e Mitos do Brasil”, organizado pelo Programa de ensino e extensão “A tela e o texto”, da Universidade Federal de Minas Gerais.

(*) Com informações da Agência Senado
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