Do novo MPB ao ‘indie’: novas caras dão fôlego à cena musical do Norte

Gabi Farias e Julia Albook, duas boas promessas em ascensão na música nortista (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Duas belas vozes e um misto de regionalismo e universalidade. Assim é o trabalho de Julia Albook e Gabi Farias, duas artistas de Manaus que se lançam na cena musical nortista, apresentando trabalhos distintos como o indie, estilo musical com identidade autoral independente e da nova Música Popular Brasileira (MPB), de qualidade e diversidade sonora.

Da geração que redescobre sonoridades regionais com aquela pitada sofisticada de sintetizadores eletrônicos e música popular brasileira, eis que surge Gabi Farias. Dona de um vocal suave e melodiosamente gostoso, Gabi nasceu em Manaus e recentemente lançou o EP “Vazante”.

PUBLICIDADE
Gabi Farias, sonoridade e interpretação em um trabalho maiúsculo na música amazônica. (Divulgação/Internet)

O álbum possui quatro faixas que são a refinada “Revinda”, a melodiosa “Meu Lugar”, a nostálgica “Sopro” e a tecnopsicodélica “Só”. Das quatro, “Meu Lugar” se tornou o primeiro videoclipe da carreira de Gabi. Disponível no YouTube.

“Gosto muito de música e todos os gêneros, vou da galera nova da MBP como Bruna Mendes, Tuyo as minhas grandes divas como Gal, Elis e os criativos e sempre atuais Novos Baianos, assim como os medalhões Caetano, Jorge Ben Jor e, claro, não posso deixar de citar os nossos Chico da Silva e Raízes Caboclas”, elencou.

“Vazante” é resultado da parceria de Gabi com o produtor e músico Victor Judah – da banda República Popular. “O Victor é meu produtor e um geniozinho e juntos conseguimos chegar ao resultado que para nós é muito satisfatório”, afirmou Gabi. A união entre a cantora e o produtor resultou em uma obra que merece ser ouvida com atenção.

Recheados de experimentalismos, acertados diga-se de passagem, o som de “Vazante” é sui generis. Questionada sobre como definiria seu som, Gabi cai em risos. “Essa é a pergunta mais difícil, mas vamos dizer que é uma nova música popular brasileira”, resumiu.

A ideia agora é esperar passar a pandemia e ir propagando o trabalho. “Estamos divulgando ‘Vazante’ e em breve vamos lançar ‘Enchente’ que é o lado B do EP”, adiantou. “Meu trabalho está muito aquático”, fechou com bom humor.

Outra direção

Se Gabi faz um trabalho mais intimista, denso e cheio de recursos sensitivos, Julia Albook já vai em outra direção. A jovem artista de 21 anos é de Manaus e seu trabalho aponta para outra vertente musical.

Em uma pegada mais indie, Julia Albook faz um som surpreendentemente leve, despretensioso no melhor estilo bandas mood anos 1960. Claro que com uma cara da geração “felizes ou tristes no meu Insta…”.  

Julia Albook em ação: som competente e postura de gente grande (Divulgação/Internet)

“Minhas maiores inspirações musicais são um pouco distintas uma das outras. Mas eu amo a energia que as músicas da Amy Winnehouse carrega. E minhas vibes favoritas passeiam por Harry Styles e a banda Hippo Campus. No momento, eu estou estudando muito as produções musicais do Finneas. Então, acredito que sou atraída por artistas que impressionam”, confessou Julia.

O trabalho dela pode ser melhor conferido no videoclipe “Poems”, disponível na plataforma YouTube. Nele Julia e amigos (claro! Sem eles o mundo não faz o menor sentido, pelo menos nessa fase) cruzam Manaus em uma Brasília amarela (Não, definitivamente nada a ver com “Os Mamonas”).

Inspiração e clipe

De acordo com Julia, compor é um processo natural, tanto que a artista já lançou o primeiro EP intitulado “Adrenaline”. O álbum contém as faixas “Poems”, “Fool”, “Ruby” e “Miss You”.

Sobre o trabalho, Julia comenta: “amor, amizade, decepção (ahahah). As músicas são um reflexo de tudo o que já aconteceu comigo. É quase uma narração. Com o meu EP que se chama ‘Adrenaline’, eu sempre brinco ao dizer que escrevi sobre pessoas que me fizeram sentir esse pico de adrenalina”, descreveu.

No audiovisual com pegada de câmera 16mm, que remete à imagem antiga, talvez para contrapor os rostos da “turma da Julia” que não ultrapassa duas décadas sobre este mundo de “meu Deus”, lá se vão Julia e seus intrépidos amigos e figurantes, para compor as cenas de um clipe divertido e gostoso. A faixa, cantada em inglês, é um afago sonoro.

A voz e a interpretação de Julia Albook agradam em cheio. Tanto Julia quanto Gabi Farias são duas grandes novidades na cena musical amazonense que anda precisando se revigorar nesses tempos de “quase – quem sabe – pós-pandemia”. Ouçam e vejam as duas na plataforma YouTube ou baixe no Spotify, diversão garantida.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.