Documento da PF vaza e grileiros descobrem unidades de conservação onde há operações policiais

Em aúdios de WhatsApp, eles alertam vizinhos sobre caminhonetes e helicópteros deslocados para cumprir investidas contra delitos ambientais no Sudoeste do Pará (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Com informações do jornal O Globo

RIO – Um documento do Serviço de Repressão a Crimes contra Comunidades Indígenas da Polícia Federal (PF) vazou para grileiros que atuam em sete florestas nacionais e territórios indígenas no Sudoeste do Pará. Além da corporação, a operação também reúne agentes da Força Nacional de Segurança e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

Procurada pelo GLOBO, a PF afirmou que “não confirma o conteúdo do documento citado”, mas que “há sim uma ação na região que será divulgada oficialmente em nossa página de notícias, no momento oportuno”.

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Segundo o informe, as investidas ocorrem desde domingo em um raio de 200 quilômetros ao redor da estrada BR-163, via utilizada para escoamento de commodities produzidas no Mato Grosso e marcada por uma alta incidência de desmatamento e queimadas ao seu redor. A data prevista para encerramento das atividades é 10 de junho.

Áudios obtidos pelo GLOBO mostram que grileiros trocaram mensagens por WhatsApp sobre a operação desde o fim de semana. Em um deles, uma mulher diz: “Gente, se cuida que vai ter uma operação muito grande em Novo Progresso (PA) sobre garimpo, né? E vocês já viram o que aconteceu em Jacaeranga (PA), Itaituba (PA), então estou avisando que 50 caminhonetes chegou (sic) agora há pouco com a Força Nacional, Ibama e tudo. E dez helicópteros deles. Gente, por favor avisem quem puder avisar (…) Nós somos garimpeiros e nós temos que cuidar dos nossos equipamentos”.

Em outro áudio, um homem afirma que passou a lista dos locais de operação da PF: “Tá na hora de passar sebo no corpo e ficar liso, viu? Pra esse bicho não pegar a gente”.

O documento, a PF informa ainda que cumprirá uma decisão judicial tomada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso sobre a intensificação da proteção a terras indígenas contra a Covid-19. Segundo a corporação, a Força Nacional de Segurança permanecerá por 90 dias na região da Terra Indígena Munduruku, que tem registrado diversas invasões por grileiros. Uma “intervenção no interior” do território já teria data definida.

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