Economia do Afeganistão está em ‘queda livre’ e ameaça toda população, diz ONU

Milhões de estudantes estão fora da escola no Afeganistão e 70% dos professores não recebe salário. (Divulgação)

Com informações do ONU News

A economia do Afeganistão está em “queda livre”, segundo o subsecretário-geral da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths. Segundo ele, 23 milhões de pessoas estão passando fome, sendo que as crianças desnutridas estão lotando os centros de saúde. 

Griffiths revela ainda que 70% dos professores trabalhando no País estão sem salários e que milhões de estudantes estão fora da escola.

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Isso tudo ocorre em meio à desvalorização acentuada do afegane, a moeda do País, e à falta de confiança do setor financeiro “destruindo o comércio”, além da contração dos empréstimos e investimentos.  

O subsecretário-geral da ONU declarou ser “urgente a necessidade de estabilizar o setor bancário e garantir liquidez”. Segundo Griffiths, só assim será possível “salvar a população afegã e permitir uma resposta das organizações humanitárias”. 

Famílias sem dinheiro para o básico 

O representante da ONU elogiou a decisão do Banco Mundial de transferir, ainda este mês, US$ 280 milhões para os trabalhos do Unicef e do Programa Mundial de Alimentos, PMA, no Afeganistão. 

Griffiths explica que as famílias estão sem dinheiro para transações do dia a dia, enquanto os preços das principais commodities continua subindo. Tanto o trigo como o combustível tiveram alta de 40% e as famílias gastam 80% de sua renda no supermercado. 

O apoio internacional para o desenvolvimento está congelado e com isso, serviços sociais básicos tão necessários à população desaparecera. Griffiths alerta ainda para a possibilidade de que a pobreza universal se torne uma realidade para 97% dos afegãos até meados do próximo ano.

Segundo ele, durante o período de um ano, 30% do Produto Interno Bruto, PIB, afegão será perdido, enquanto o desemprego entre os homens alcançará a marca dos 29%.  

Griffiths revela ainda que em 2022, a ONU deverá lançar o maior apelo financeiro da história, de US$ 4,5 bilhões, em prol dos mais vulneráveis do Afeganistão.  

O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários teme que o país não conseguirá enfrentar esta temporada de inverno apenas com ajuda emergencial e por isso, é necessário mais financiamento de doadores para garantir serviços básicos nos setores da educação, da saúde, da energia, entre outros. 

Griffiths reforça ser necessário continuar o engajamento construtivo com as autoridades de facto para “esclarecer o que esperamos uns dos outros”. Sem ação nessa frente, ele afirma que haverá consequências claras: “o Afeganistão irá colapsar, as pessoas vão perder a esperança e toda a região verá um aumento da desestabilização”.

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