EDITORIAL – Roraima: Grandes desafios, por Márcia Guimarães

Roraima, o menor Estado do Brasil em população e em Produto Interno Bruto (PIB), mas que guarda enormes desafios. Unidade da Federação menos populosa e menos povoada do País, Roraima tem vivenciado grandes impactos em questões como a crise humanitária e migratória da Venezuela; os conflitos e a vulnerabilidade em terras Yanomami; o isolamento e a fragilidade dos sistemas de energia elétrica e da economia do Estado. São desafios que os próximos governantes terão que encarar. 

Com uma população estimada em 652.713 habitantes, de acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a Unidade Federativa é a menos populosa e a menos povoada do País, com densidade demográfica de 2,01 hab/km², conforme o último Censo, realizado em 2010. Roraima também tem o menor PIB do País, calculado em R$ 14,2 milhões pelo IBGE, em 2019. 

Nos últimos anos, Roraima, fronteira com a Venezuela, enfrenta a crise migratória e humanitária de milhares de pessoas que chegam ao Estado fugindo da miséria e da falência institucional do País vizinho. Dados da operação Acolhida, missão humanitária, em 2019, mostravam que entravam, em média, 550 venezuelanos em Roraima por dia, ou 16,5 mil pessoas por mês. O Estado não tem estrutura para absorver tamanho fluxo em curto espaço de tempo. Com o menor PIB do País, há poucas chances de absorção dessa mão de obra pelo mercado. Além disso, os serviços públicos sobrecarregam.

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Roraima vive também uma intensa invasão do garimpo ilegal em terras indígenas, em especial na Terra Yanomami. Dessa invasão decorrem o aumento do desmatamento, conflitos entre indígenas e garimpeiros, aumento da violência e da vulnerabilidade deste povo, além dos prejuízos à imagem externa do Estado. 

Somam-se ainda entraves históricos, como o isolamento geográfico do Estado mais ao Norte do País e o isolamento enérgico da única unidade da Federação não conectada ao Sistema Integrado Nacional (SIN) de transmissão de energia, além da fragilidade de uma economia que gira em torno do funcionalismo público e do pequeno comércio. Está montada a teia de desafios a serem trabalhados pelos que assumirem os cargos de comando do Estado. 

O ano é de escolhas importantes e Roraima tem muito ainda a crescer. As eleições de outubro podem traçar os novos rumos.  

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