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Em Belém, procurador jurídico da Univaja debate segurança nos territórios indígenas
Eliésio Marubo compondo a mesa intitulada “Quem está no controle?", no evento Pan-Amazônia, em Belém (Divulgação/Assessoria)
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06 de agosto de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
BELÉM (PA) – O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo, participou no sábado, 5, do segundo dia do Diálogos Amazônicos e do Pan-Amazônia, eventos realizados em Belém, que antecedem a Cúpula da Amazônia, marcada para os dias 8 e 9 de agosto na capital paraense.
No Pan-Amazônia, Marubo compôs a mesa intitulada “Quem está no controle?”, já no Diálogos Amazônicos, Eliésio participou da mesa temática: “Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (Piaci)”, onde explanou sobre o direito ao isolamento e à autonomia, sobre as políticas públicas de proteção e promoção de direitos dos Piaci na região amazônica, os desafios e avanços necessários nos marcos legais dos países amazônicos e as propostas de cooperação multilateral transfronteiriça.
“A Univaja tem sido uma das poucas organizações, no Brasil, que tem feito um trabalho de inteligência e compartilhado essas informações com as autoridades brasileiras. Nós também temos abordado um problema social conhecido no Brasil, que é a questão da segurança dos territórios indígenas, e a nossa organização tem falado nesse problema e tem buscado resolver com as autoridades”, explicou Eliésio.
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O procurador jurídico da Univaja afirmou também que, desde junho do ano passado, a organização tem fortalecido o trabalho de inteligência para criar uma rede de informação, com relatórios detalhados da segurança no Vale do Javari, Oeste do Amazonas.
“Com o trabalho que nós temos feito no Vale do Javari, nós temos percebido que há, não só, uma participação de grupos criminosos organizados naquela região de fronteira, como também pessoas ligadas ao mundo criminoso, o que é pior. Porque, por exemplo, um grupo criminoso que atua na região usando pescado ilegal para levar drogas para a Colômbia é o mesmo grupo que investe na economia da região, é dono do comércio local que, por sua vez, é o mesmo que investe na formação dos políticos”, diz Marubo.
Segundo Eliésio, o governo brasileiro tem sido parceiro das causas indígenas, no entanto, o líder destaca que é público, mesmo sendo público e notório, que as autoridades saibam quem são, onde estão e o que poderia ser feito para combater os crimes, a pauta considerada urgente tem andado a passos lentos.
“Algo não acontece por alguma vontade deliberada das autoridades, isso é preocupante porque não falo somente das autoridades brasileiras, falo das autoridades colombianas, peruanas e outras autoridades que, de alguma forma, são omissas sabendo dessa informação. (…) Eu não posso deixar de falar que eu represento os interesses da minha coletividade, e eu não vou deixar de falar contra a política de um governo, ainda que esse governo venha ser um governo parceiro, como é o caso do Brasil, como é o caso da Colômbia”, afirmou.
Diálogos Amazônicos
Coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SG/PR), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Diálogos Amazônicos reúne, em Belém, organizações de oito países da região amazônica, representantes da sociedade civil, autoridades e entidades para debater e propor soluções para os problemas da região.
Ao fim dos debates serão produzidos cinco relatórios que serão entregues aos presidentes dos países amazônicos presentes na Cúpula da Amazônia.
Pan-Amazônia
Realizado no sábado, 5, o evento analisou as tendências, consequências, possíveis respostas ao impacto do crime organizado e das economias ilegais na Amazônia. Na ocasião, também aconteceu o lançamento da investigação jornalística Submundo Amazônico.
O evento foi organizado por Amazon Underworld, Amazon Watch, InfoAmazonia, The League Against Silence e Armando Info.
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