Em Manaus, exposição fotográfica alerta sobre os direitos da mulher na assistência obstétrica

A exposição fotográfica “Faces do Nascer” permanece exposta no Manauara Shopping até o dia 30 de novembro (Divulgação/ Assessoria) 
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Obstétrica, lança nesta sexta-feira, 25, às 11h30, no Manauara Shopping, a exposição fotográfica Faces do Nascer. A exposição fica no centro de compras até o dia 30. 

Com imagens que retratam um dos momentos mais sublimes da vida de uma mulher (a hora de dar à luz), mas também de situações que demonstram a violência sofrida por muitas delas, a ideia é promover a conscientização acerca dos direitos da mulher na assistência obstétrica, como por exemplo, o direito ao acompanhante durante todo o processo do parto.  

A exposição faz parte da campanha Parto para a Vida, idealizada pelo comitê, que vai realizar diversas atividades durante o período para levar informação e educação em direitos à população sobre o tema. A exposição vai passar por outros shoppings da capital. 

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Uma das coordenadoras do comitê, a defensora pública Suelen Paes explica que a mobilização é importante porque o Amazonas é um dos Estados brasileiros com os maiores índices de mortes maternas. Só em 2021, foram 113 mortes registradas em todo o Estado. 

Além de garantir acesso à justiça para muitas vítimas ou familiares de vítimas desse tipo de violência, o papel da Defensoria e do comitê é, sobretudo, levar informação e educação em direitos para quem precisa. Para que essas pessoas saibam que possuem direitos e que eles devem ser respeitados, sempre”, afirmou. 

A violência obstétrica é muita ampla. Às vezes, pode ser uma fala agressiva ou a negativa ao acompanhante durante todo o processo do parto. Mas também pode ser aquelas que deixam marcas no corpo e na mente da mente”, explicou. 

Segundo a defensora pública Caroline Souza, que também coordena o Comitê, a exposição é baseada na vivência de mulheres que, após passarem por situações de constrangimento e até agressões físicas durante o parto, buscaram apoio na Defensoria Pública para mover ações judiciais.  

A nossa ideia é levar essa campanha até março, que é o mês da mulher, porque a violência obstétrica, assim como a violência doméstica é uma violência de gênero, institucionalizada no ambiente médico/hospitalar. Por isso, a nossa proposta é levar conscientização aos profissionais de saúde e a população como um todo porque o momento do parto é único”, salientou.

A técnica de enfermagem Márcia Barroso é uma das personagens da exposição. Mãe de três filhos, ela viveu momentos de terror na última gestação, há quatro anos, em uma maternidade pública. Ela diz que foi obrigada pelos profissionais de saúde a ter um parto normal, mesmo sem ter condições clínicas.

Eu sabia que meu bebê era muito grande e que ele não teria condições de nascer normalmente, desde o pré-natal. Mesmo assim, forçaram o parto, o bebê passou da hora de nascer e precisou ser reanimado. Fiquei 21 dias internada. Passei por momentos de terror”, disse.

Além de Márcia, outras mulheres que são acompanhadas pela Defensoria participaram do projeto.

Ficha técnica

A exposição “Faces do Nascer” é uma produção idealizada pelas defensoras públicas Caroline Souza e Suelen Paes, e da Diretoria de Comunicação da DPE-AM, com imagens assinadas pelo fotógrafo Evandro Seixas, design gráfico de Paulo Maciel e texto da jornalista Kelly Melo.

(*) Com informações da Assessoria

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