Em Manaus, instituto recruta voluntários para estudo sobre a eficácia da vacina contra a chikungunya

Doença infecciosa transmitida pelos mesmos vetores da dengue e da febre-amarela, os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus (Breno Esaki/Saúde-DF)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB), da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), está aceitando voluntários entre 12 e 17 anos, de Manaus, para participarem de um estudo sobre a eficácia da vacina contra a chikungunya, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva. Os participantes são acompanhados por até um ano.

De acordo com a médica infectologista e pesquisadora corresponsável pela pesquisa, em Manaus, doutora Maria Paula Mourão, os interessados em participar podem fazer contato com a equipe de estudo pelo número (92) 98471-7627. Para esclarecer dúvidas e, se o adolescente tiver critério de inclusão, marcar a visita presencial acompanhado dos responsáveis legais“.

A infectologista conta que, além da pesquisa na capital amazonense, outros dois ensaios clínicos da vacina já foram realizados nos Estados Unidos com voluntários maiores de 18 anos. “Os dados têm mostrado que ela gera proteção e é bem tolerada em todos os públicos e faixas etárias pesquisadas. Agora, o estudo vai avaliar a segurança e a imunogenicidade da vacina em participantes adolescentes entre 12 e 17 anos“.

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O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre-amarela urbana (Reprodução)

Dados e contraindicações

A previsão é que, em média, 100 voluntários participem do acompanhamento em Manaus, do total de pouco mais de 700 participantes que o estudo pretende recrutar em outras sete unidades de pesquisa do País. “O centro de pesquisa de Manaus, que fica na própria Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, já iniciou a triagem de participantes. Os interessados podem nos procurar pelos números de contato para esclarecer dúvidas“.

Atualmente, a vacina que está classificada na fase 3 dos ensaios clínicos, (a última com humanos), é única contra a doença infecciosa transmitida pelos mesmos vetores da dengue e da febre-amarela, os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A médica também destaca que os estudos realizados no exterior, os resultados obtidos, apontaram que 96,3% dos voluntários apresentaram manutenção da produção de anticorpos por, pelo menos, seis meses.

Os voluntários, que tiveram ou não a doença, previamente, estão liberados para participar da pesquisa, desde que, atualmente, estejam saudáveis. Em relação às contraindicações, a infectologista esclarece que não podem participar da pesquisa gestantes e lactantes, pessoas com condições clínicas não controladas, instáveis ou com histórico de artrite e artralgia, em terapia de imunossupressão, como corticoides, ou em tratamento por radioterapia.

A doutora Paula Mourão salienta a importância do voluntariado para com estudos científicos e a eficácia dos imunizantes no combate às doenças. “A história da humanidade já comprovou, repetidamente, a importância e a eficiência das vacinas para o controle de doenças. No caso da chikungunya, estamos falando de desenvolver uma vacina para o controle de uma doença capaz de causar artrite incapacitante e com ampla capacidade de disseminação por meio dos mosquitos Aedes aegypti. Portanto, trata-se de trabalharmos para desenvolver, hoje, uma ferramenta de controle que possa ser usada com segurança e eficiência, caso seja necessário.

Sintomas

Dentre os principais sintomas da doença estão: febre, dores intensas nas articulações, além de dor de cabeça, dor no corpo e manchas vermelhas na pele.

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